RICARDO SALVADOR: com as mãos no futuro

Como fisioterapeuta e osteopata, Ricardo dedica os seus dias à reabilitação física de outras pessoas. Durante o confinamento, usou as suas mãos para começar outro projecto - o de uma vida digital para o seu negócio. Os resultados? Também foram um sucesso.

A história de Ricardo Salvador é a terceira de sete histórias que contamos no projecto Construir o Presente. Uma série documental, patrocinada pela Google, que retrata histórias reais de empresas portuguesas que estão a construir o presente com os olhos postos no futuro, através da utilização das ferramentas digitais Google. Acompanhe esta série em vídeo, artigo e podcast.


A história dos pequenos e médios negócios divide-se quase sempre em duas partes. A primeira parte é ser bom naquilo que se faz. Encontrar um ramo, investigar e ter sucesso. A segunda parte é fazer com que as pessoas saibam disso. Embora pareça natural, ou até mais fácil, esta última parte é aquela em que mais negócios falham. Num mundo global, as soluções abundam e o tradicional passa a palavra entre vizinhos e amigos pode já não ser suficiente. Ricardo Salvador, fisioterapeuta e osteopata, não é excepção nesta equação.

A grande razão do trabalho diário de Ricardo é saber o máximo possível sobre o corpo humano e ajudar pessoas fruto desse conhecimento. Mas, ao contrário de muitas outras histórias, esta não foi uma paixão à primeira vista ou um chamamento desde tenra idade. “Eu antes fui militar, estava na Marinha Portuguesa, e foi só nessa altura que me surgiu o gosto pela área da saúde”, revela Ricardo, que explica também os passos seguintes: “quando saí da Marinha inscrevi-me no curso de fisioterapia e foi por aí que comecei, já há dez anos”. Desde essa altura até hoje, o fascínio e motivação de Ricardo continuam a ser os mesmos - “saber mais sobre o corpo humano e sobre como é que nós, enquanto seres humanos, funcionamos”.

Conhecer para ajudar

Ricardo não se ficou, contudo, pela fisioterapia. Há poucos meses concluiu também um diploma em osteopatia em Madrid. Para o fisioterapeuta e agora osteopata, existem algumas diferenças - mas também muitas semelhanças entre as duas áreas. O objectivo foi sempre o mesmo: saber mais sobre o corpo humano. Ricardo diz que o seu trabalho “como fisioterapeuta e osteopata é um trabalho que se divide um pouco em dois”. Se no caso da fisioterapia é mais dedicado a “recuperações de foro físico a curto prazo, um trabalho mais de ginásio”, como por exemplo lesões desportivas, na osteopatia tem um foco mais direccionado a “problemas crónicos, como dores lombares, enxaquecas crónicas ou alguns tipos de dormência”. Ainda assim, confessa que “o conhecimento é só um”. “Para ser sincero, não posso dizer que numas consultas só aplique uma técnica e noutras a outra - é tudo fruto do meu conhecimento e acaba por ficar misturado”, completa Ricardo. Mas Ricardo, para além da sua sede de conhecimento, enfrentava outro desafio no seu negócio. E esse desafio é, segundo Ricardo, “chegar às pessoas” - que as faça perceber as vantagens e a razão da existência destas técnicas.

Com a realidade do confinamento a confirmar-se o ano passado, fruto da pandemia da Covid-19, Ricardo resolveu que era tempo de atacar este desafio. “Embora durante o confinamento nós tenhamos continuado a fazer um trabalho mais parcial, uma ou duas vezes por semana, passei a ter mais tempo livre como toda a gente e foi aí que surgiu a ideia de desenvolver a parte digital”, conta. Para Ricardo, o essencial era ter um site onde se pudesse apresentar ou, como o próprio define, “algo que servisse como um cartão de apresentação digital”. Sem qualquer conhecimento na área, Ricardo usou o tempo livre e investiu-o em criar o seu website. “Esse primeiro confinamento para mim foi uma oportunidade brutal para isso”, confessa, que passou por investir tempo em aprendizagem e que se tornou, de alguma forma, num hábito - dedicando grande parte do seu tempo livre para saber cada vez mais.

Com esta mudança, Ricardo pretendia poder ganhar mais tempo no futuro, que pudesse aplicá-lo em mais formação profissional. “Para mim, o meu projecto de futuro é sempre melhorar enquanto profissional, mas isso exige tempo - para estudar mais, ir para casa ler coisas ou treinar alguma técnica”, confessa.

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Durante o confinamento, Ricardo Salvador começou a investir na sua presença digital o que lhe permitiu começar a trabalhar, cada vez mais, de forma independente. O seu consultório localiza-se em Belém, Lisboa.

O passo que faltava

Depois de criado o site e ter a sua apresentação digital, o maior obstáculo era trazer pessoas ao site - de nada vale uma apresentação se não houver ninguém a ouvi-la. Algo que começou no tradicional passa a palavra, com amigos a partilharem o site, mas que Ricardo sentiu desde início ser “insuficiente”. Em termos de estratégia, sentiu que naquele ponto era importante “criar a minha vida digital para atrair mais pessoas para o site”, tendo o Google surgido como “opção mais óbvia”. Começando pelo Google My Business. Depois de construir o site, para Ricardo fazer a conta de Google My Business “foi super básico, na prática foi tudo muito simples” e os resultados foram quase imediatos, com um dos grandes obstáculos a ser prontamente ultrapassado. “O primeiro problema que resolveu logo foi eu passar a ser encontrado, antes as pessoas não me encontrariam em lado nenhum”, confessa.

Ricardo esclarece que nunca criou expectativas, uma vez que a presença digital tinha sido mais uma necessidade de se actualizar aos dias de hoje do que uma estratégia de crescimento, mas confessa que os resultados “foram bastante acima da minha noção daquilo que podia acontecer”. Logo nos primeiros dois meses, estima ter recebido “duas a três pessoas novas por semana, por aí”. Mais tarde, tentando também testar os limites de crescimento, Ricardo Salvador decidiu dedicar-se ao Google Ads. Depois de mais algum estudo, iniciou as primeiras campanhas. E os resultados também não se fizeram esperar. “Foi só uma breve experiência, mas subi logo para quatro pessoas novas por semana”, revela. E o melhor ainda estava para vir.

Para a área de trabalho de fisioterapia, tal como para muitas outras, o Verão é uma época mais parada. “As pessoas vão de férias, está sol e adiam os problemas, muitas vezes para Setembro”, explica. Mesmo assim, aponta Setembro como um mês que “tipicamente começa mais lento e vai subindo gradualmente”. Para fazer face a esta tendência, Ricardo planeou uma estratégia para este ano. E essa passava por testar alguns anúncios em Google Ads durante as férias, fazendo algumas alterações para conseguir perceber o que funcionava melhor. E depois de aprimorar a estratégia, Ricardo preparou-se para Setembro - lançando os anúncios já testados no final de Agosto. E os resultados foram claros. “Isto fez com que em Setembro tivesse uma média de 8 pacientes novos por semana através do online”, contou Ricardo, que assim conseguiu contrariar a tendência habitual do seu negócio.

A partir de agora, os objectivos de Ricardo são claros. “Ter um negócio próprio e, a partir desse momento, organizar-me de outra maneira e depender só de mim, até para ter mais tempo para estudar”, conclui. E o futuro pode ser já amanhã.


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