Catarina Martins: “Depois das eleições, é com Costa que espero negociar soluções”

Para o Bloco de Esquerda, ainda há estrada para andar. A líder bloquista desmente que tenha fechado a porta a futuras conversas com António Costa e foi mais longe: diz que é com o actual líder do PS que espera negociar depois de 30 de Janeiro.

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Catarina Martins garantiu que quer negociar soluções com António Costa e que discutirá isso durante a campanha Miguel Manso

A coordenadora bloquista, Catarina Martins, reagiu esta manhã à entrevista do primeiro-ministro à RTP e descartou as declarações que lhe foram atribuídas, garantindo que nunca fez nem fará afirmações sobre o futuro da liderança do PS. Numa publicação feita na sua conta da rede social Twitter, Catarina Martins classificou as afirmações do primeiro-ministro e secretário-geral socialista como um “momento infeliz” e garantiu que “depois das eleições” espera “negociar soluções apenas com António Costa.

“António Costa atribuiu-me declarações que nunca fiz, nem farei, sobre o futuro da liderança do PS. Depois das eleições, é com António Costa que espero negociar soluções. E vou debatê-las na campanha, mesmo que isso atrapalhe o apelo à maioria absoluta”, escreveu a coordenadora bloquista.

Em causa estão as respostas dadas por António Costa à possibilidade de uma reedição do acordo governativo com os partidos à esquerda do PS. “Não posso dizer que vou dar continuidade à ‘geringonça’, quando o PCP diz que é irrepetível e a líder do BE diz que é preciso mudar a liderança do PS”, afirmou António Costa na entrevista desta segunda-feira. “Quem manda no PS são os militantes, não é a Catarina Martins”, acrescentaria ainda, acusando a líder bloquista de se ter pronunciado sobre a liderança socialista.

Também durante esta manhã o deputado bloquista José Soeiro fez notar, numa publicação na mesma rede social, que o exemplo dado por António Costa na entrevista para fundamentar o desacordo entre o PS e o BE em relação à sustentabilidade da Segurança Social foi o layoff, quando o layoff não foi pago com o dinheiro da Segurança Social, mas com as verbas do Orçamento do Estado. “Seria, aliás, uma irresponsabilidade imputar à Segurança Social tal custo”, escreve José Soeiro. “O primeiro-ministro não sabe que o maior programa de protecção de postos de trabalho durante a pandemia não foi financiado pela Segurança Social? É muito grave que não saiba. O debate tem de ser técnica e politicamente rigoroso”, lê-se na publicação.

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