ONU diz que pelo menos nove funcionários e colaboradores foram detidos na Etiópia

O conflito que dura há um ano, no Norte da Etiópia, entre o governo federal e as forças de Tigré intensificou-se nas últimas semanas.

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A Etiópia declarou o estado de emergência a 2 de Novembro TIKSA NEGERI/Reuters

Pelo menos nove funcionários e colaboradores da Organização das Nações Unidas (ONU) foram detidos na capital da Etiópia, Addis Abeba​, revelou esta terça-feira um porta-voz da ONU.

Agentes de segurança da ONU visitaram os funcionários detidos e as Nações Unidas solicitaram ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Etiópia que os libertasse imediatamente, acrescentou o porta-voz da ONU em Nova Iorque.

O conflito que dura há um ano, no Norte da Etiópia, entre o governo federal e as forças de Tigré, leais à Frente de Libertação do Povo Tigré (TPLF), intensificou-se nas últimas semanas. A TPLF e os seus aliados ameaçaram mesmo invadir a capital.

A Etiópia declarou o estado de emergência a 2 de Novembro. Essa proclamação permite ao governo deter arbitrariamente, sem ordem judicial, qualquer pessoa suspeita de colaborar com um grupo terrorista. O Parlamento classificou a TPLF como grupo terrorista no início deste ano.

O porta-voz do governo etíope, Legesse Tulu, e a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Dina Mufti, não responderam aos pedidos de comentário da Reuters.

“Estamos a acompanhar as detenções de centenas de pessoas de etnia tigré em Addis Abeba​​”, disse à Reuters Daniel Bekele, chefe da Comissão Etíope de Direitos Humanos nomeada pelo Estado.

O porta-voz da polícia de Addis Abeba​​ disse, na segunda-feira, que a polícia está a deter apenas “seguidores” da TPLF e que tal acontecimento “não tem uma motivação étnica”.

Já o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse, na segunda-feira, que há relatos preocupantes de pessoas de etnia tigré que estão a ser assediadas.


Tradução: Filipa Almeida Mendes

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