Marcelo diz que investigação não “atinge minimamente o prestígio das Forças Armadas”

O Presidente da República diz que é preciso apurar se são “casos isolados”.

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Presidente da República sublinha que a denúncia saiu da própria instituição militar LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O Presidente da República considerou que a megaoperação policial que envolve militares no tráfico de droga, ouro e diamantes, “não atinge minimamente as Forças Armadas Portuguesas”. “Pelo contrário, o facto de elas investigarem casos isolados e terem tomado essa iniciativa só as prestigia em termos internacionais”, disse Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações à RTP, em Cabo Verde, onde se encontra em visita oficial.

O chefe de Estado sublinhou que o objectivo é apurar o que aconteceu. “A ideia é levar as investigações o mais longe possível para apurar o que se passa, confirmar se sim, ou não, são casos isolados, à primeira vista há quem entenda que sejam, se são casos isolados não afectam em termos de prestígio. As Forças Armadas estão incólumes”, afirmou, justificando a sua disponibilidade para prestar declarações aos jornalistas por estar em causa uma “situação de projecção internacional” da instituição.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou que “logo que houve denúncia, no final de 2019”, as próprias Forças Armadas “desencadearam as operações” e que a Polícia Judiciária Militar “teve um papel nessas investigações”. “Porque o âmbito era mais vasto, a Polícia Judiciária passou a intervir e a ter um papel fundamental nas investigações ao longo de 2020 e de 2021”, acrescentou.

Questionado sobre se foi informado sobre as investigações policiais, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “mesmo o comandante supremo das Forças Armadas não pode intervir naquilo que é uma investigação judicial”. Perante a insistência dos jornalistas, o Presidente respondeu: “Uma das formas de interferir na investigação é saber pormenores do que está a ser investigado”.

Na investigação, que envolveu desde manhã cedo centenas de buscas, os suspeitos são militares, comandos e ex-comandos, que não têm patentes altas. Suspeita-se de que terão usado as missões portuguesas, ao abrigo da ONU, nomeadamente na República Centro-Africana, para levar a cabo a actividade criminosa. Entre os suspeitos está também um actual elemento da GNR e um agente da PSP que participaram nestas missões. 

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