O Twitter decidiu. E, agora, irá Musk vender 10% das acções na Tesla?

Acções da Tesla estão com queda de 7% na pré-abertura do mercado bolsista.

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Elon Musk tem 62,8 milhões de seguidores no Twitter Reuters/Michele Tantussi

O milionário Elon Musk, fundador da Tesla, fez uma pergunta inusitada aos seus seguidores no Twitter, questionando-os sobre se deveria vender 10% das suas acções na empresa de carros eléctricos norte-americana. E tal como a pergunta era um desafio, a resposta também o foi: a maioria dos seguidores respondeu “sim” e, agora, estão em jogo cerca de 20 mil milhões de dólares dos 170,5 mil milhões de dólares em acções que o empresário detém na Tesla.

Musk disse que iria “respeitar os resultados” do inquérito, qualquer que fosse o sentido, mas, depois disso, o empresário não voltou a reagir na rede social, onde tem 62,8 milhões de seguidores.

A agência Bloomberg refere que os títulos da empresa, negociados na fase de pré-abertura do mercado bolsista, caíram já 7,2%, em comparação com a cotação em Nova Iorque na sexta-feira, de acordo com dados da Tradegate.

Na origem do desafio lançado por Elon Musk no Twitter está a discussão em curso, nos Estados Unidos e a nível global, sobre o nível de tributação dos mais ricos, em particular uma proposta em discussão na política norte-americana para que os milionários paguem impostos sobre os ganhos de capital não-realizados.

Daí nasceu a provocação de Musk em forma de pergunta-promessa. “Ultimamente, muito se tem falado de que os lucros não-realizados são um meio de evasão fiscal, por isso, proponho vender 10% das minhas acções na Tesla”, escreveu no Twitter, perguntando de seguida aos seguidores se concordavam com isso. Bastava clicar em “sim” ou “não”. E entre os 3,6 milhões de participantes, 57,9% responderam afirmativamente.

Segundo o Financial Times, a venda desta quantidade de acções deverá implicar uma factura fiscal superior a 4000 milhões de dólares.

Elon Musk justificou-se no Twitter, no seguimento da publicação da pergunta, que não recebe um salário em dinheiro nem “um prémio de lado nenhum” e que, como só tem acções, “a única forma de pagar impostos pessoalmente é vender acções”.

Noutros episódios, comentários do milionário no Twitter também fizeram cair as acções da empresa. Em 2018, chamou “pedófilo” a um mergulhador que participou no resgate de 12 crianças presas numa gruta de Tham Luang na Tailândia. Musk tinha oferecido o protótipo de um mini-submarino, rejeitado pelo chefe das operações, e viu-se cercado de críticas de que a sua oferta não passava de uma forma de publicidade.

Nesse ano, o fundador da Tesla seria afastado do cargo de presidente do conselho de administração da Tesla depois de a Securities and Exchange Commission (SEC), o regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, ter acusado o empresário de fazer declarações “falsas e enganadoras” — no Twitter — prejudicando, com isso, os investidores.

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