Mota-Engil quer facturação acima de 3800 milhões até 2026

Plano estratégico da empresa prevê novo modelo de gestão, na sequência da entrada do novo accionista, a construtora chinesa CCCC.

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António Mota, presidente da Mota-Engil Fernando Veludo/NFACTOS

A Mota-Engil quer triplicar até 2026 o valor de facturação por mercado, com “contributo equilibrado” da Europa, África e América Latina, pretendendo alcançar um volume de negócios anual superior a 3800 milhões de euros, segundo o plano estratégico.

De acordo com o documento hoje divulgado ao mercado com as linhas estratégicas até 2026, para alcançar “patamares de facturação superiores a 3800 milhões de euros, “será relevante a implementação do novo modelo de gestão do grupo que promoverá maior eficiência, assim como o aprofundamento da cooperação” entre a Mota-Engil e o novo accionista, a CCCC [China Communications Construction Company], dona de 32,4%, “nos diversos eixos estratégicos a que se propõe o grupo nos próximos cinco anos”.

A Mota-Engil fechou 2020 com um volume de negócios de 2429 milhões de euros, o que representou uma queda de 17% face ao ano anterior. Já no primeiro semestre, a empresa facturou 1138 milhões de euros.

O grupo definiu como prioridade um crescimento mais expressivo dos segmentos de ambiente, concessões e serviços industriais de engenharia, o que permitirá que em 2026 o negócio não construção contribua com 55% para o EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) — e a engenharia e construção reduza o seu contributo para 45%.

Neste âmbito, o grupo vai criar uma Unidade de Ambiente com vocação global, concentrando todo o portfólio nesta área, com uma ambição de crescimento de 30% no período de cinco anos, elevado a margem EBITDA do negócio de 24% para 30% em 2026, lê-se no documento enviado ao mercado.

Por outro lado, o reforço do segmento dos Serviços Industriais de Engenharia, considerado um dos maiores impulsionadores de crescimento do grupo nos próximos anos, será suportado no sólido pipeline e na ampla experiência em África”, sendo o objectivo proposto para 2026, o de alcançar 425 milhões de euros de facturação neste segmento (129 milhões em 2020) e margens EBITDA de 33%.

A Mota-Engil propõe-se a aumentar a “dimensão média dos mercados (objectivo de triplicar o valor médio de facturação por mercado) com contributo equilibrado das regiões Europa, África e América Latina”, a elevar a margem EBITDA consolidada para 18%, com melhoria da sua conversão em ‘cash’, e melhorar a rentabilidade de modo a alcançar uma margem líquida de 3% no resultado líquido do grupo.

A sustentabilidade é outra prioridade, tendo o plano a cinco anos, “pela primeira vez, objectivos quantitativos estabelecidos”, que “permitirão medir o cumprimento de ambição com objectivos de desenvolvimento sustentável”.

Ao mesmo tempo, o grupo quer dar continuidade ao programa de eficiência e controlo de custos de modo a concretizar “uma redução representativa de 50 milhões de euros anuais em 2026 quando comparado com 2020, assim como uma optimização da intensidade de Capex [investimento] que se pretende assegurar, apesar do crescimento em negócios de não-construção”.

O grupo quer ainda promover, entre 2022 e 2026, “o investimento de 25 milhões de euros em inovação para evolução dos negócios actuais e criar novos modelos de negócio sustentáveis”.

Em relação à dívida, a Mota-Engil define como metas a melhoria do rácio de dívida líquida/EBITDA, a optimização da maturidade e a redução do custo médio da dívida.

A família Mota continua a ser a principal accionista da empresa, com 40% do capital, através da FM – Sociedade de Controlo, SGPS, SA.

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