Presidente checo diz que vai nomear candidato da oposição para primeiro-ministro

Chefe de Estado dá entrevista a uma estação de rádio a partir do hospital onde está internado, dizendo que não “vê problemas” na nomeação do líder de centro-direita Petr Fiala para substituir Andrej Babis.

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Milos Zeman antes de ser internado nos cuidados intensivos no dia após as eleições na República Checa DAVID W CERNY/Reuters

O Presidente da República Checa, Milos Zeman, falou ao público pela primeira vez desde que foi internado, a 10 de Outubro, numa entrevista radiofónica, dizendo que deverá tratar da nomeação para primeiro-ministro do candidato de uma coligação de centro e centro-direita, liderada pelo político da oposição Petr Fiala, que deverá substituir Andrej Babis na chefia do Governo.

“De momento a questão é sobretudo nomear Petr Fiala como primeiro-ministro. É preciso dar vários passos para isso”, declarou Zeman à rádio Frekvence 1. “Acredito que não irá haver problema, sabem porquê? Porque Andrej Babis, com quem falei há pouco ao telefone, não está interessado em ser primeiro-ministro já que ninguém está interessado em negociar com ele”, declarou Zeman.

O Presidente tinha dito que daria o mandato para formar governo ao partido mais votado e não à coligação, podendo favorecer Babis, mas foi internado precisamente no dia a seguir às eleições em que Babis foi derrotado. Fiala apresentou, entretanto, esta semana, uma aliança entre duas coligações que teria maioria no Parlamento.

Esperava-se que Zeman falasse com Fiala depois de Babis se demitir, como já disse que faria.

O Presidente é quem indica quem deve formar governo, e a hospitalização de Zeman estava a deixar o país sem ideia do que iria acontecer, já que não havia informação sobre o estado de saúde do Presidente, sabendo-se apenas que estava nos cuidados intensivos. Um relatório médico dizia apenas que estava incapaz de trabalhar.

A sua entrevista marca uma melhoria, embora os médicos ainda digam que Zeman ainda terá de ficar umas três ou quatro semanas no hospital por causa de uma doença hepática crónica.

Na entrevista, Zeman disse que terá condições para cumprir o seu mandato até 2023.

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