O mar Morto está a encolher. Ainda vamos a tempo de o salvar?

A diminuição da superfície do mar Morto, provocada por acção humana, está a formar uma nova paisagem em seu torno. O aparecimento de seis mil fendas e crateras sobre a superfície terrestre já forçou ao encerramento de uma aldeia turística.

AMIR COHEN/REUTERS
Fotogaleria
AMIR COHEN/REUTERS

Desde os anos 1960 que o nível das águas do Mar Morto diminui, em média, um metro por ano; a superfície do grande lago salgado encolheu, desde então, em cerca de um terço. Paralelamente, cerca de seis mil fendas e crateras surgiram ao longo da costa israelita, transformando-a numa zona de grande instabilidade e, por conseguinte, numa zona de perigo de circulação.

Em locais anteriormente submersos, uma camada de sal preenche grande parte da terra agora exposta. Quando as águas das chuvas penetram nessas camadas, o sal é dissolvido, dando origem a zonas vazias, sem preenchimento. Sem sustentação, a superfície acaba por aluir, contribuindo para a formação das crateras que são visíveis nas fotografias recolhidas, a 31 de Outubro, pelo fotojornalista Amir Cohen, da agência Reuters.

En Gedi, uma aldeia turística plantada na costa israelita, passou a área interdita devido à abundância destas fissuras, que destruíram, ao longo de anos, estradas e edifícios. Devido à instabilidade das terras, a aldeia está agora interdita e o acesso ao Mar Morto impedido. Apenas algumas zonas de recreio permanecem abertas ao público devido ao controlo artificial do nível das águas por parte das autoridades israelitas.

Grupos ambientalistas da região defendem que esta diminuição da superfície do Mar Morto se deve à sobreexploração dos recursos hídricos da região, predominantemente árida. Grandes explorações agrícolas e centos de extracção mineral instalados em Israel, Síria e Jordânia estão a consumir mais água do que aquela que é reposta no Mar Morto através de cursos de água que provêm do Mar da Galileia e do Rio Jordão. "Mesmo que os nossos filhos queiram salvar o Mar Morto, não poderão fazê-lo", dizem especialistas como Carmit Ish-Shalomhidrogeólogo que viveu em En Gedi durante dez anos. "É demasiado tarde. Tudo o que está a acontecer deve-se a nós."

AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS
AMIR COHEN/REUTERS