MotoGP e golfe levam ao Algarve mais de 100 mil visitantes

Com o turismo a recuperar, os operadores algarvios mostram preocupação com o funcionamento do aeroporto.

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EPA/JOSE SENA GOULAO

Mais de 100 mil visitantes são esperados no Algarve, nos próximos quatro dias, para participar e assistir ao Grande Prémio de Moto GP e ao Portugal Masters. Os dois eventos vão decorrer em dois “palcos” distintos. A corrida mundial de motociclismo de velocidade realiza-se no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, o golfe joga-se no Dom Pedro Victoria, em Vilamoura. O presidente da Região de Turismo do Algarve, João Fernandes, estima que as duas provas representem entre 90 mil a 120 mil dormidas na hotelaria tradicional

A recuperação do sector turístico, na perspectiva do presidente da RTA, está em marcha. “Entre os dias 14 a 28 de Outubro tivemos 173 mil passageiros desembarcados no aeroporto”, sublinha, justificando o facto com as duas semanas de pausa lectiva no Reino Unido. O que não correu como seria desejável, sublinha, “foi o tempo de demora na fronteira”. A situação foi sentida sobretudo pelos turistas oriundos do Reino Unido, sujeitos a verificação de passaporte em consequência do Brexit.

“Estamos a ter queixas de clientes pelos atrasos na fronteira [do aeroporto de Faro]”, adverte o presidente da Associação regional de Golfe do Sul. José Matias também se mostra optimista quanto ao futuro da modalidade e da economia. “Estamos com uma ocupação dos campos [40] na ordem dos 90%, percentagem idêntica aos anos da pré-pandemia”. Para o próximo ano, adianta, “as perspectivas para o golfe são excelentes”. Sobre o aumento de turistas previstos até ao próximo domingo, diz ter “pena que os dois eventos sejam coincidentes”.

Durante a época baixa do turismo, habitualmente cerca de 40% dos hotéis e empreendimentos turísticos encerram por falta de clientes. Porém, José Matias considera que, em meados de Fevereiro, os golfistas estarão de regresso se não existirem outros contratempos.

João Fernandes vê a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteira (SEF), no passado dia 22 de Outubro, “com apreensão”, na medida em que o período de transição da passagem do controlo de fronteiras para a PSP e GNR “vai bater no início da época alta do próximo ano [Março]”. No mesmo sentido, lembra ainda que a mudança de tutela “vai exigir um período de aprendizagem e adaptação, não estando ainda previsto como é que essa transição se processa”.

A juntar às incertezas quanto à forma orgânica de funcionamento da nova estrutura de controlo de fronteiras, o presidente da RTA diz que pretende ainda “fazer uma chamada de atenção” para o facto das forças de segurança na região serem “deficitárias no número de recursos humanos”. Por isso, frisa, espera “que os novos inspectores do SEF, que estão a terminar o curso, não fiquem só em Lisboa e venham reforçar a PSP e GNR, no Algarve”.

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