Príncipe André pode ir a tribunal no final de 2022

Em Agosto, Virginia Giuffre, de 38 anos, processou André, o terceiro filho da rainha Isabel II, por danos não especificados. O duque de Iorque ainda não foi acusado de qualquer crime.

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André ao lado da mãe no dia do funeral do duque de Edimburgo, o pai, em Abril passado Reuters/POOL

O príncipe André deve preparar-se para ir a julgamento no final do próximo ano, por causa das acusações de que terá abusado sexualmente de uma menor, que também terá sido abusada pelo milionário Jeffrey Epstein, anunciou o juiz Lewis Kaplan, da comarca de Manhattan, Nova Iorque, nesta quarta-feira. 

O juiz informou que quer antecipar o julgamento das acções cíveis de Virginia Giuffre, a alegada vítima, para Setembro a Dezembro de 2022, desde que um júri possa ser acomodado com segurança por causa da pandemia de covid-19. “Terei em conta a possibilidade de Setembro, mas, em todo caso, o objectivo é ser de Outubro a Dezembro”, disse Kaplan em conferência telefónica com os advogados do príncipe André e de Virginia Giuffre.

Em Agosto, Virginia Giuffre, de 38 anos, processou André, o terceiro filho da rainha Isabel II, por danos não especificados. A mulher acusa-o de a ter forçado a ter relações sexuais numa casa em Londres, que pertencia à socialite britânica Ghislaine Maxwell; diz que também abusou dela na mansão de Epstein, em Manhattan; e ainda numa das ilhas do multimilionário nas Ilhas Virgens Americanas. O duque de Iorque ainda não foi acusado de qualquer crime.

A conferência desta quarta-feira decorreu cinco dias depois de André, 61 anos, ter dito que “nega inequivocamente as falsas acusações de Giuffre contra ele” e de ter pedido ao juiz para rejeitar o processo. André acusa a mulher de querer ser indemnizada, num esforço de mais de uma década, para lucrar com as acusações contra Epstein e pessoas associadas ao magnata norte-americano. Disse ainda que isso inclui um alegado acordo, em 2017, em que Virginia Giuffre terá recebido milhões de dólares, num processo civil de difamação contra Maxwell.

Até ao próximo mês de Julho, antes do julgamento, Giuffre e André vão submeter-se a um interrogatório sob juramento feito pelos advogados de acusação. O advogado de Giuffre, David Boies, e o advogado do príncipe, Andrew Brettler, disseram ao juiz que esperam realizar oito a 12 depoimentos até essa data.

Ambos disseram ainda não esperar qualquer argumento sobre a aplicação de “lei estrangeira” façam parte do caso. Em Setembro, o príncipe invocou o direito britânico e o internacional para alegar que Giuffre não o havia informado adequadamente sobre o processo, mas depois abandonou essas objecções.

Em Novembro de 2019, depois de uma entrevista à BBC em que o duque de Iorque reconheceu a sua amizade com Jeffrey Epstein, o terceiro filho da rainha acabaria por desistir dos seus deveres reais.

No final deste mês, dia 29, Ghislaine Maxwell vai a julgamento em Manhattan sob a acusação de ter ajudado a recrutar e preparar três menores para serem abusadas por Epstein, e de se envolver no tráfico sexual de uma menina de 14 anos. A socialite declarou-se inocente em oito acusações criminais e está presa em Brooklyn desde Julho de 2020.

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