Eternals: buraco negro

A confirmação — se preciso fosse — de que nem uma realizadora aclamada consegue escapar à monocultura dos super-heróis, qual buraco negro que suga tudo à sua volta.

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Eternals é a mais recente peça de um enorme mosaico narrativo anónimo que cria uma história alternativa da civilização humana
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Dizem-nos as leis da física que o buraco negro é um evento cósmico que suga toda a energia que o rodeia sem possibilidade de escapar. Aplicando esta lógica ao “Universo Cinemático Marvel” — a sequência interligada de histórias de super-heróis oriundos da banda desenhada americana que se tornou, ao longo dos anos, no pão nosso de cada dia de Hollywood — daqui decorre que o “UCM” suga toda a energia daqueles que nele participam sem lhes dar uma hipótese de resistir. Chloé Zhao pode ter vencido o Óscar de realização por Nomadland, mas ao tomar as rédeas do mais recente candidato a blockbuster do estúdio americano, limita-se a seguir nas pegadas de outros cineastas igualmente estimáveis (como Cate Shortland, Anna Boden e Ryan Fleck, Destin Daniel Cretton ou Ryan Coogler), que deram o salto do circuito indie americano (já de si, é certo, um tanto ou quanto nivelador por baixo nos últimos tempos) e aceitaram submeter-se à todo-poderosa ditadura dos super-heróis.

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