José Eduardo Agualusa é esta terça-feira o convidado do Encontro de Leituras

O Vendedor de Passados é o romance em discussão no clube de leitura do PÚBLICO e da Folha de S. Paulo, a 9 de Novembro, às 22h em Lisboa (19h em Brasília) numa sessão Zoom com a ID 912 9667 0245 e a senha de acesso 547272.

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José Eduardo Agualusa Daniel Rocha

Félix Ventura, a personagem do romance O Vendedor de Passados, de José Eduardo Agualusa,  apresenta-se no seu cartão-de-visita com a frase: “Assegure aos seus filhos um passado melhor”. Este homem, um albino angolano, é procurado por empresários, ministros, generais, “gente com futuro assegurado” mas a quem falta “um bom passado, ancestrais ilustres, pergaminhos”. Para quê? Para lhes vender “um passado novo em folha” e lhes traçar a árvore genealógica. 

É sobre esta fascinante personagem e outras, como a osga que se passeia por este romance sobre a construção da memória e os seus equívocos, que o escritor angolano conversará no Encontro de Leituras, a 9 de Novembro, às 22h em Lisboa (19h em Brasília). A sessão acontece via Zoom com a ID 912 9667 0245 e a senha de acesso 547272 ou através deste link.

O clube de leitura do PÚBLICO e do jornal brasileiro Folha de S. Paulo, que junta leitores de língua portuguesa, acontece uma vez por mês e discute romances, ensaios, memórias, literatura de viagem e obras de jornalismo literário, na presença de um escritor, editor ou especialista convidado. É moderado pela jornalista Isabel Coutinho, responsável pelo site do PÚBLICO dedicado aos livros, o Leituras, e pelo jornalista da Folha de S. Paulo Eduardo Sombini, apresentador do Ilustríssima Conversa, podcast de livros de não-ficção. 

Publicado em Portugal pela Quetzal e no Brasil pela Tusquets​, O Vendedor de Passados recebeu em 2007 o Independent Foreign Fiction Prize pela edição em língua inglesa. Em Portugal, o livro faz parte do Plano Nacional de Leitura e é recomendado como sugestão de leitura para o ensino secundário. Quando saiu pela primeira vez em Portugal, em 2004, Susana Moreira Marques escrevia no Mil Folhas: é um livro “cheio de momentos que nos fazem levantar os olhos das páginas antes de continuar”. Em 2015, a obra teve uma adaptação livre para o cinema realizada por Lula Buarque de Hollanda e com os actores Lázaro Ramos e Alinne Moraes no elenco.

O romance abre com uma epígrafe de Jorge Luis Borges — “se tivesse de nascer outra vez, escolheria algo totalmente diferente” — e ao jornal Independente, em 2007, o escritor que nasceu no Huambo, Angola, em 1960, explicava que quis fazer “uma homenagem” a Borges, o escritor que em conjunto com Eça, mais o marcou. 

“A osga é uma reencarnação de Borges, que, pessoalmente era uma personagem antipática - e esta é uma pequena vingança. Quando a osga recorda o passado, conta fragmentos biográficos do próprio escritor. Gosto de osgas, o que, geralmente, é considerado estranho. Lembram-me a minha infância e as férias em Benguela num velho casarão”, contava na altura ao Independente José Eduardo Agualusa que foi o primeiro autor de língua portuguesa a vencer um dos mais prestigiados prémios literários mundiais, o International DUBLIN Literary Award, atribuído à edição em inglês de Teoria Geral do Esquecimento (D. Quixote, 2012).

A 11 de Novembro chega às livrarias portuguesas um novo livro do convidado do Encontro de Leituras. O Mais Belo Fim do Mundo, também editado pela Quetzal, reúne crónicas, contos, notas diarísticas e divagações, escritos entre 2018 e 2021 na revista Visão, na Granta (edição portuguesa) e no jornal brasileiro O Globo. Uma sessão de lançamento está agendada para 6 de Novembro, às 17h30, na Livraria da Travessa, em Lisboa, com uma apresentação do escritor moçambicano Mia Couto.

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