Diego Figueiredo e Celeste Caramanna: uma soma de talentos unidos pelo Brasil

Radicados em Londres, o violonista brasileiro Diego Figueiredo e a cantora italiana Celeste Caramanna apresentam-se juntos em Portugal, em pequenos concertos pós-Womex. Este domingo à tarde em Vila Verde (Braga) e dia 3 de Novembro em Lisboa.

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Celeste Caramanna e Diego Figueiredo em ensaios DR

Já actuaram ambos em Portugal, mas é a primeira vez que o fazem juntos. O violonista brasileiro Diego Figueiredo e a cantora italiana Celeste Caramanna conheceram-se em 2019, em Londres, numa apresentação conjunta com um dos nomes fundadores da bossa nova, Roberto Menescal, e desde essa data planearam novos encontros musicais.

O mais recente trouxe-os a Portugal, onde dividiram o palco na Womex, no Porto, e tal como outros artistas presentes nesta nova edição da feira de músicas de todo o mundo, agendaram pequenos concertos em salas pelo país. No dia 30 estiveram no Porto (na cervejaria Catraio), esta noite estarão na Letraria, em Vila Verde, Braga (18h30) e dia 3 de Novembro actuarão em Lisboa, no Som no Coreto (ao Restelo), às 17h.

Ambos radicados em Londres, Diego e Celeste têm em comum o amor à música brasileira. Ele pelas origens, já que nasceu em Franca, no interior de São Paulo, em 1980, numa família onde a música estava bem presente (o pai toca violão e a avó materna tocava piano). Frequentou “por alguns meses” o Conservatório de Tatuí, estudando guitarra, violão, piano e contrabaixo, aos quais veio a juntar depois viola baixo, percussão e bandolim. Ficou em segundo lugar no Prémio Visa de Música Brasileira, em 2001, foi premiado duas vezes no Festival de Jazz de Montreux (em 2005 e em 2007) e, além de participar em vários discos como músico, já lançou em nome próprio 25 álbuns, desde Diego Figueiredo Group (1999), a sua estreia a solo, até Antarctica (2021), o mais recente.

Nas suas notas biográficas, escreve-se que “já tocou com nomes como Gilberto Gil, Renato Teixeira, Carlinhos Brown, Geraldo Azevedo, Oswaldo Montenegro, Kenny G, Larry Corryel, John Hart, Terrel Stafford, John Clayton e Cyrille Aimée”, entre outros, tendo sido elogiado por músicos como George Benson, Paulo Bellinati, Guinga, Hermeto Pascoal, Al Di Meola ou Pat Metheny.

Quanto a Celeste Caramanna, nascida em 1997 na Sicília (em Canicattì, comuna de Agrigento), manifestou interesse pela música desde muito pequena, o que levou o seu pai a comprar-lhe (tinha ela 3 anos) um gravador portátil, que passou a trazer sempre consigo. Aos 6 anos, após assistir a um concerto de fim de ano, ficou fascinada por um instrumento que a levaria a uma escola de música: a flauta transversal, paixão que andou a par de uma outra, pela dança clássica. Mas viria a ser o canto, que começou a estudar aos 12 anos, a decidir a sua carreira. Influenciada pela conhecida cantora Mina Mazzini, começou por cantar versões, passando depois aos originais, que ia compondo.

O seu disco de estreia, +18, lançado em 2017, levou-a a uma digressão pela Itália e também pelo Brasil, vindo a tocar na abertura de concertos de Milton Nascimento, Martinho da Vila ou Nando Reis. Em 2019, ano em que tocou com Roberto Menescal e conheceu Diego Figueiredo, Celeste lançou o seu projecto Antropofágico, dividido em 3 EPs: Antropofágico I, de matriz brasileira; Antropofágico II, com um som funk, soul, pop; e Antropofágico III, misturando essas influências ao seu gosto.

No comunicado que anuncia a presença de ambos na Womex, Diego diz: “Eu tenho uma ligação muito forte com Portugal desde 2006 quando fiz minha primeira tour. Passei por Lisboa, Porto, Braga, Vila Real e Bragança, no Douro jazz. Estive também em Chaves, Régua, Portalegre e Figueira da Foz. Eu me lembro muito bem dos concertos que fiz. Estou muito feliz de poder voltar para participar do Womex e fazer esses shows”.

Celeste, que Diego refere como “muito talentosa”, acrescenta por sua vez: “Eu amo cantar e estar no palco. Na verdade, é isso que eu gostaria de fazer a todo minuto se fosse possível. Cada vez que canto e subo num palco é diferente de qualquer outro, nunca tenho a mesma sensação duas vezes.” E sublinha o relevo do trabalho em duo: “Quando o Diego se encontra ali com seu violão, ora selvagem e ora domesticado, criam-se atmosferas ainda mais inusitadas e intensas. O som que sai do seu violão atinge tudo e a todos. Eu me deixo atingir cada vez mais e entramos num mundo desconhecido. Nesse instante, nascem momentos únicos”.

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