As muitas maneiras de se dizer “gosto de ti”

Nem só os humanos se enamoram. Animais da terra, da água ou do ar também procuram um par. (A rima foi roubada... ao livro.)

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Alette Straathof
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Capa de “Como se Diz Amo-te”, edição da Jacarandá Alette Straathof

Uns dançam, outros assobiam, há os que exibem a cauda e os que se deixam inchar. Também vale oferecer flores, cantar, beijar e abraçar. São muitas as formas de os seres vivos procurarem companhia e de dizerem “gosto de ti” ou “amo-te”.

É disso que fala este livro, escrito por Marilyn Singer, que nasceu em Nova Iorque (EUA), mais concretamente no Bronx, em 1948. Ensinou Inglês durante alguns anos, mas depois começou a dedicar-se à escrita, em guias para professores, catálogos e textos relacionados com cinema.

No site da escritora, conta-se que, um dia, quando estava no Jardim Botânico do Brooklyn, escreveu uma história com personagens de insectos falantes que tinha inventado aos oito anos. Motivada pelas reacções obtidas, criou mais algumas histórias. Em 1976, acabaria por publicar o seu primeiro livro, The Dog Who Insisted He Wasn’t, editado pela E.P. Dutton & Co.

Desde aí, Marilyn Singer escreveu mais de cem obras para crianças e jovens, entre romances realistas, histórias de fantasia, de mistério, contos, contos de fadas, poesia e… livros ilustrados. A autora, que tem vindo a receber alguns prémios importantes, diz que gosta de escrever tipos diferentes de livros, não só pelo desafio, mas também porque essa variedade a impede de se sentir aborrecida.

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Assim começa esta história, que é afinal um poema ao amor: “A sério. Não há que enganar. Todos querem ter um par.// Animais da terra, da água ou do ar, como é que fazem para se enamorar?// As cobras-liga enrolam-se num novelo.// Nós trocamos mimos e festas no cabelo.// O pássaro-jardineiro apanha flores.// As pessoas oferecem-nas de muitas cores.// Os grous têm a sua dança especial.// Mas dançar aos pares é universal. (…)”

Rapariga oferece flor a rapaz

Quem ilustra Como se Diz Amo-te torna o poema ainda mais verdadeiro e universal, incluindo personagens humanas de várias origens, diferentes idades e juntando-as de forma livre. Podem ser dois rapazes de mãos dadas ou duas meninas a trocar bilhetes com corações. E logo na primeira imagem há uma rapariga a oferecer uma flor a um rapaz, rompendo o estereótipo.

Alette Straathof nasceu na Holanda (Países Baixos), formou-se em Ilustração e em Gamification (técnica de usar jogos ou apenas elementos de jogos para, por exemplo, despertar interesse nas crianças para determinados assuntos, ajudá-las a resolver problemas ou estimular-lhes a criatividade).

Vive em Paris (França) e trabalha exclusivamente como ilustradora. As suas ilustrações, algo ingénuas, são alegres e coloridas, mas não berrantes. Usa aguarela, canetas de tinta permanente e lápis de cor. Neste livro, as imagens, quentes e envolventes, convidam a determo-nos durante algum tempo a contemplá-las. E o leitor mais velho encontrará referências a outros artistas plásticos.

No final de Como se Diz Amo-te, há um resumo mais científico, digamos assim, das diferentes formas de se “cortejar” no reino animal. As espécies descritas são as mesmas do poema: cobra-liga, pássaro-jardineiro, grou, pavão, baleia, mosca-dançante, veado-de-cauda-branca, sapo e cisne-mudo.

Para quem não sabe ou já não se lembra… “No caso das pessoas, cortejar pode significar arranjar-se, oferecer postais e presentes, dançar, abraçar ou beijar.” Tudo boas práticas.

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