Banco Montepio reduz prejuízos para 14,2 milhões até Setembro

Um ano antes, nos primeiros nove meses de 2020, banco tinha registado prejuízos de 56,8 milhões de euros. Quadro de pessoal tem menos 344 colaboradores do que em Setembro do ano passado

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Goncalo Dias

O Banco Montepio registou, nos primeiros nove meses de 2021, prejuízos de 14,2 milhões de euros, uma recuperação de 75% em relação aos resultados negativos de 56,8 milhões de euros que obteve em igual período do ano passado.

Em comunicado, o banco deu conta de que esta “evolução favorável” incluiu “o efeito proporcionado pelos resultados líquidos positivos referentes ao terceiro trimestre de 2021 no montante de 19 milhões de euros”.

“A evolução dos resultados líquidos entre os primeiros nove meses de 2020 e idêntico período de 2021 foi determinada pelas menores dotações para imparidades de crédito contabilizadas nos primeiros nove meses de 2021, revelando os impactos positivos induzidos pela política definida para a avaliação de risco de crédito e as medidas implementadas nas áreas de acompanhamento e de recuperação de crédito”, lê-se na mesma nota.

De acordo com o banco, “a margem financeira nos primeiros nove meses de 2021 totalizou 179 milhões de euros, comparando com os 182 milhões de euros contabilizados no período homólogo do ano anterior”, sendo que este indicador beneficiou “da redução do custo dos depósitos e da subida do crédito, em ambos os casos traduzindo o impacto das medidas que têm vindo a ser adoptadas com vista a potenciar o negócio com as PME [pequenas e médias empresas] e com os clientes particulares, salientando-se o crédito à habitação e ao consumo”.

Já as comissões líquidas nos primeiros nove meses de 2021, “no montante de 83 milhões de euros, permaneceram estáveis face ao valor contabilizado em idêntico período de 2020”, adiantou o Montepio.

Por sua vez, os custos operacionais “ascenderam a 198 milhões de euros, ao incluírem custos não recorrentes de 9,4 milhões de euros relacionados com a implementação do plano de ajustamento operacional (redução do quadro de colaboradores e a alienação de activos não estratégicos)”.

No fim de Setembro deste ano, os depósitos de clientes “ascenderam a 12.672 milhões de euros, o que representa um aumento de 367 milhões de euros face ao valor registado no final do período homólogo de 2020, com os depósitos de clientes particulares a representarem 76%”, disse o Montepio.

No período em análise, o ‘buffer’ de liquidez, “apurado pela soma do valor registado na rubrica de balanço caixa e disponibilidades em Bancos Centrais com o valor de mercado dos títulos disponíveis para obtenção de liquidez junto do BCE, ascendeu aos 3,5 mil milhões de euros, reflectindo uma confortável posição quanto à liquidez imediatamente disponível”, garantiu a instituição.

Paralelamente, em 30 de Setembro de 2021, o crédito líquido de imparidades totalizou 11.710 milhões de euros, um valor que compara com 11.578 milhões de euros registados no final de 2020, “materializando um crescimento de 1,1% no corrente ano, evidenciando a efeCtividade das campanhas de ‘marketing’ adoptadas nos primeiros nove meses de 2021”, lê-se no comunicado do banco.

O banco registou ainda um “aumento de 10,8% no número de clientes aderentes aos canais digitais” face ao ano passado e uma “redução das exposições não produtivas (NPE, na sigla inglesa) em 288 milhões de euros, com o rácio NPE a fixar-se em 9,4%, comparando favoravelmente com os 11,6% de Setembro de 2020”.

Menos 344 colaboradores

Entre Outubro do ano passado e Setembro deste ano, o banco encerrou 73 balcões, tendo ainda, nos primeiros nove meses do ano, reduzido a sua força de trabalho em 344 pessoas, face ao período homólogo, adiantou, em comunicado.

“Desde o último trimestre de 2020 que o Banco Montepio tem vindo a assegurar a implementação de um conjunto de medidas de ajustamento operacional, cujo objectivo é acelerar a transição digital e ajustar o modelo de serviço, através da adopção das melhores práticas de mercado, tanto no que diz respeito à experiência com o cliente como à eficiência operacional”, justificou o banco na nota em que deu conta dos resultados dos primeiros nove meses do ano.

Segundo o Montepio, “no âmbito da optimização da rede de retalho, entre Outubro de 2020 e Setembro de 2021, foram encerrados 73 balcões, dos quais 36 nos primeiros nove meses de 2021”, tendo em conta a cobertura geográfica, rendibilidade e dimensão do mercado, “sem prejuízo da adequada cobertura da base de clientes e sem qualquer impacto material no negócio”, garantiu.

Já no que se refere à evolução do quadro de pessoal, o grupo Banco Montepio “integrava no final dos primeiros nove meses de 2021 um total de 3589 colaboradores, tendo-se registado uma diminuição de 344 (-8,7%), face ao período homólogo de 2020”, lê-se na mesma nota.

De acordo com a instituição financeira, “o quadro de pessoal será ajustado ao longo de três anos, através da implementação de um plano plurianual com conclusão prevista em 2022”, sendo que “no corrente ano, o Banco Montepio iniciou a segunda fase a 31 de Maio, com execução positiva e em linha com o delineado”.

Segundo o banco, os custos operacionais nos primeiros nove meses de 2021 ascenderam a 198 milhões de euros ao “incluírem custos não recorrentes de 9,4 milhões de euros”, mas, excluindo este impacto, teriam sido de 188 milhões de euros, “apresentando uma diminuição de 4,9% quando comparados com o valor apurado em idêntico período de 2020, e que traduzem, em base comparável, a descida dos custos com o pessoal em 6,2 milhões de euros (-5,1%) e dos gastos gerais administrativos em 3,9 milhões de euros (-7,7%)”.

Estes números, assegurou a instituição, demonstram “o progresso concretizado na entrega do objectivo estratégico relacionado com a melhoria dos níveis de eficiência e de rendibilidade”.

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