Congo tenciona proibir exportações de madeira para diminuir a pressão nas suas florestas

A ministra do ambiente da República Democrática do Congo anunciou a suspensão das exportações de madeira, mas não disse quando essa proibição entrará em vigor.

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A taxa de desflorestação no Congo tem duplicado na última década David Lewis/Reuters

A ministra do ambiente da República Democrática do Congo disse esta quinta-feira que o país pretende proibir todas as exportações de madeira e que quer pôr em prática outras medidas que ameacem menos as suas florestas tropicais absorvedoras de carbono – um grande bastião contra as alterações climáticas.

Casa da maior parte da segunda maior floresta tropical do mundo, a República Democrática do Congo está sob pressão para melhorar a sua gestão florestal e controlar uma grande taxa de desflorestação que tem duplicado na última década, de acordo com os dados das Nações Unidas.

A ministra do Ambiente do país, Ève Bazaiba, anunciou aos jornalistas em Kinshasa a suspensão das exportações de madeira, a capital da República Democrática do Congo, mas não disse quando essa proibição entrará em vigor. “Isto permitirá não apenas tornar possível a restauração natural, mas também pôr em prática um programa de reflorestação que temos com todos os nossos parceiros técnicos, financeiros e de desenvolvimento”, afirmou.

A floresta tropical da bacia do Congo, 60% da qual no Congo, absorve aproximadamente 4% das emissões de dióxido de carbono da atmosfera por ano, de acordo com a Iniciativa Florestal da África Central.

O plano do Ministério do Ambiente da República Democrática do Congo para levantar uma moratória de 2002 sobre novas concessões para a indústria do abate de árvores desanimou grupos ambientais e cientistas, que alertaram para impactos catastróficos climáticos, ambientais e sociais nesse seguimento.

No início deste mês, o presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, solicitou uma audição a todos os contratos de madeireiros existentes, isto numa tentativa de impor a ordem num sector muito pouco regulado. “Não quero mais contratos com parceiros que vieram cortar de forma selvática as nossas florestas. Iremos abandonar esse tipo de contratos”, referiu Ève Bazaiba.

Em 2018, os maiores mercados do Congo para os produtos da madeira eram o Vietname, a União Europeia, a Associação Europeia de Comércio Livre e a China, de acordo com a Forest Trends, um grupo de conservação com sede nos Estados Unidos.

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