Portugal pode registar 1300 casos de covid-19 a 7 de Novembro. Estado de alerta continua

“Agravamento” da situação na última semana acompanha cenário vivido na União Europeia. Auto-agendamento de terceira dose da vacina para maiores de 80 anos já está em funcionamento.

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Paulo Pimenta

Se o índice de transmissibilidade do vírus não sofrer qualquer alteração, as estimativas do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge mostram que o país pode registar 1300 novos casos de covid-19 no dia 7 de Novembro, adiantou esta quinta-feira a ministra da Saúde.

“A situação epidemiológica no país ao longo da última semana conheceu um agravamento, este agravamento acompanha aquilo que é a situação europeia”, afirmou Marta Temido, na conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros, em que foi decidido prolongar a situação de alerta devido à pandemia de covid-19 até 30 de Novembro.

Marta Temido sublinha que, apesar deste contexto favorável, “o vírus continua a transmitir-se e a circular e, embora causando doença menos grave e consequências fatais em número menos significativo, a uma maior circulação do vírus tende a corresponder um maior número de casos de doença”.

A ministra precisou que, na última semana, a incidência cumulativa a 14 dias situava-se nos 94 casos por 100 mil habitantes, apesar de ser “uma incidência que está abaixo daquilo que é a média hoje registada nos países da União Europeia, que é de 235 casos por 100 mil habitantes”.

Foi ainda anunciada nesta conferência de imprensa a abertura do auto-agendamento para a toma da terceira dose da vacina contra a covid-19 para todos os maiores de 80 anos.

De acordo com a última análise de risco, este mês, a transmissão de covid-19 em Portugal encontra-se entre o “risco moderado a reduzido”. Ainda que o nível da incidência esteja abaixo do patamar de risco reduzido, o risco de transmissibilidade (Rt) está acima de 1, existindo alguns “sinais de preocupação” na proporção de positividade.

Os factores de contexto preocupantes na situação europeia são as temperaturas frias, a circulação dos vírus respiratórios e a maior tendência de concentração em espaços menos arejados. “Eventuais adaptações” serão feitas aos cuidados de higienização, mas para já “existe apenas crescimento da infecção e transmissão”.

Segundo Marta Temido, esta incidência tem vindo a aumentar “em linha com o risco de transmissão efectivo que está acima de um há 16 dias e que situa agora em 1,08”.

“Está a confirmar-se aquilo que era de alguma forma o cenário esperado em função da transmissão da doença, embora num contexto em que uma larga maioria da população está vacinada”, disse, acrescentando que 85,9% da população portuguesa tem a vacinação contra a covid-19 completa.

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