Índia testou míssil balístico intercontinental

Míssil com capacidade nuclear integra política de dissuasão perante a China.

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Desde os anos 1990 que a Índia tem desenvolvido o seu armamento nuclear Adnan Abidi

A Índia testou na quarta-feira com sucesso um míssil balístico intercontinental com capacidade nuclear. O desenvolvimento armamentista pela Índia é encarado como uma resposta ao fortalecimento das capacidades nucleares da China.

O Governo de Nova Deli disse que o ensaio está integrado na “política indiana de ter uma capacidade mínima de dissuasão credível a que está subjacente o compromisso de não usar primeiro [armas nucleares]”.

O míssil testado é o modelo Agni-5 que foi disparado a partir de uma ilha ao largo da costa Oriental indiana e caiu na Baía de Bengala. Tem capacidade para atingir uma distância máxima de cinco mil quilómetros, podendo, em teoria, alcançar qualquer ponto da China continental, segundo a Associated Press.

Desde os anos 1990 que a Índia tem desenvolvido capacidades nucleares para conter as ameaças do Paquistão, mas mais recentemente é a rivalidade regional com a China que mais preocupa os dirigentes indianos. A tensão entre os dois países subiu com o reacendimento da disputa territorial em torno da região de Ladakh, nos Himalaias, no ano passado.

Em 1962, a Índia e a China entraram em confronto directo por causa desta disputa. As conversações entre as chefias militares dos dois países continuam num impasse.

Este mês, a notícia de que a China testou um míssil hipersónico – que Pequim desmentiu – alarmou várias capitais e reforçou os receios de que a Ásia esteja a assistir a uma corrida armamentista. 

Ainda esta quinta-feira, o chefe do estado-maior general das Forças Armadas dos Estados Unidos, Mark Milley, descreveu o teste como o “momento Sputnik” da China e alertou para a expansão rápida das capacidades militares do gigante asiático.

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