Diretos ao desastre por uma crise de sonambulismo político

Ainda há umas horas; valerá a pena pedir-lhes que acordem do seu torpor?

Costuma responder-se a cronistas, intelectuais e políticos que vão para a rua e ouçam as pessoas, deixando subentendido que não costumam fazê-lo. Pois bem, se a experiência de outros corresponder à minha, nos últimos dias a rua tem estado particularmente faladora. As pessoas interrompem o seu caminho para vir dar a sua opinião, e infalivelmente ela é negativa, e exprimida em termos mais brutos e cortantes do que eu consigo reproduzir. Ninguém percebe o que se passa na cabeça dos políticos neste momento e, no caso de eleitores à esquerda, ninguém concebe que estejamos à beira de fazer a alegria (e boa fortuna) da direita e da extrema-direita, por causa de uma incomunicabilidade à esquerda. As pessoas vêem o atual momento político, com o cada vez mais provável chumbo do Orçamento e a dissolução do Parlamento a meio do mandato para a realização de eleições antecipadas, como uma inacreditável intromissão dos taticismos políticos nas suas vidas, que já foram duras que chegue nos últimos tempos.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 52 comentários