Santander teve lucros de 172 milhões de euros até Setembro

Resultados líquidos ascenderiam a 336,7 milhões sem provisões para processo de reestruturação em curso. Banco fechou 100 balcões no período.

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Andreia Carvalho

Os resultados consolidados do Banco Santander Totta nos primeiros nove meses do ano revelam uma queda de 32,3% face a período homólogo, para 172,2 milhões de euros.

A queda é explicada pela constituição de uma provisão no montante de 164,5 milhões de euros, para fazer face ao processo de restruturação em curso, que implica a redução de centenas de trabalhadores. Sem essa provisão, os lucros seriam de 336,7 milhões de euros, mais 82,2 milhões de euros que o montante registado em igual período de 2020.

Nos primeiros nove meses do ano, face ao período homólogo, o banco encerrou 100 balcões e reduziu 638 postos de trabalho, no âmbito do “plano de transformação em curso”, para “optimização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia”, segundo um comunicado da instituição, divulgado esta quarta-feira.

A 30 de Setembro terminou a moratória legal de crédito a particulares, essencialmente constituída por empréstimos à habitação e a empresas, que, no caso do Banco Santander, ascendeu a 6,1 mil milhões de crédito.

De acordo com a informação divulgada, “o produto bancário ascendeu a 1025,7 milhões de euros, subindo 6,4%%, e os custos operacionais diminuíram 1,8%, totalizando 422,0 milhões de euros, pelo que o resultado de exploração subiu 13,0%”. Já o rácio de eficiência diminuiu 3,4 pontos percentuais, para 41,1%.

Outro indicador importante do sector é a margem financeira, que ascendeu a 558,5 milhões de euros, o que corresponde a uma descida de 5,6% face ao período homólogo, “evolução que continua a reflectir os baixos níveis de taxas de juro de curto prazo e a sustentada redução dos spreads de crédito, num enquadramento concorrencial que permanece bastante competitivo”, revela a instituição em comunicado. 

O total de crédito a clientes aumentou 2,2%, para 43,5 mil milhões de euros, “destacando-se o crescimento do crédito à habitação em 5,9%”.

A instituição liderada por Pedro Castro e Almeida sublinha o crescimento do número de clientes digitais, que aumentou 8,6% em relação ao período homólogo, representando 58% do total de clientes de banco principal. “Em linha com esta tendência, as vendas em canais digitais atingiram 61% do total, em valores acumulados desde o início do ano, o que equivale a um aumento de 22 pontos percentuais face ao período homólogo”, adianta. 

Foi ainda registada uma evolução positiva das comissões líquidas, que ascenderam a 315,7 milhões de euros, um crescimento de 15,0% face ao mesmo período de 2020, reflectindo “o aumento dos níveis de transaccionalidade dos clientes, num contexto de reanimação económica, e a estratégia de diversificação dos recursos com maior foco em fundos e seguros financeiros, bem como na distribuição de seguros autónomos de risco”.

Na informação divulgada é ainda destacado que o rácio de Non-Performing Exposure (NPE), o chamado crédito não produtivo, “calculado de acordo com o critério EBA (em relação a exposições de balanço), situou-se em 2,3% em Setembro de 2021, registando uma redução de 0,5 pontos percentuais face ao período homólogo, sendo que a respectiva cobertura se fixou em 83,4%”.

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