Berlim baixa para 2,6% previsão de crescimento da Alemanha este ano

Previsão da Primavera apontava para um crescimento de 3,5%. Revisão em baixa influenciada pela subida dos preços da energia.

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Reuters/ESSAM AL-SUDANI

O governo alemão baixou esta quarta-feira a sua previsão de crescimento económico para este ano para 2,6%, contra os 3,5% previstos na Primavera, devido aos problemas de abastecimento e aos preços elevados da energia.

Entretanto, o governo espera que a economia cresça 4,1% em 2022, antes de normalizar para 1,6 % em 2023.

“As projecções de Outono mostram que a Alemanha está de volta ao caminho do crescimento depois da crise do coronavírus. O pacote de apoio abrangente do Governo estabilizou a economia e o mercado laboral durante a crise”, disse o ministro da Economia alemão, Peter Altmaier.

Acrescentou que este ano não se conseguirá “o esperado sprint final” devido aos actuais problemas de abastecimento e aos elevados preços globais da energia, mas em 2022 a economia assistirá a “uma notável recuperação”.

A situação económica está dividida: por um lado, o optimismo no sector dos serviços cresceu consideravelmente nos últimos meses devido ao progresso da campanha de vacinação contra a covid-19, enquanto o consumo privado é actualmente o motor da recuperação económica.

Por outro lado, a indústria alemã enfrenta uma escassez histórica de produtos intermédios depois do crescimento global da economia após a crise da pandemia de 2020, que está a ter um impacto especialmente no terceiro e quarto trimestres de 2021.

No entanto, a procura de produtos alemães nos mercados globais permanece elevada, de modo que, em 2022, pode esperar-se uma recuperação notável quando os problemas de abastecimento forem gradualmente resolvidos.

Por outro lado, estes problemas de abastecimento e o aumento drástico dos preços mundiais da energia levaram a um aumento da inflação, que em Setembro atingiu um máximo de 28 anos de 4,1% na Alemanha.

O Governo espera que a inflação desça nos primeiros meses de 2022, quando os efeitos de base, como os baixos preços da energia verificados em 2020 e a redução temporária do IVA no segundo semestre do ano passado, deixarem de ser determinantes.

Assim, o Governo espera que a inflação para o conjunto de 2021 seja de 3%, 2,2% em 2022 e 1,7% em 2023.

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