Dune, o filme mais visto em Portugal no fim-de-semana, vai ter segunda parte em 2023

Dune: Part Two vai avançar nas mãos de Denis Villeneuve e tem estreia marcada para Outubro de 2023.

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Chalamet e Zendaya em "Dune" Warner

Dune, a nova versão cinematográfica do ambicioso romance de ficção científica de Frank Herbert, vai continuar para mais um filme de Dennis Villeneuve, anunciou a Warner Brothers ao final do dia de terça-feira. O filme, que se estreou em Portugal na passada quinta-feira e foi o filme mais visto do fim-de-semana nas salas portuguesas, termina precisamente no início de uma nova fase nas aventuras de Paul Atreides, interpretado por Timothée Chalamet, sugerindo a muito provável continuação do épico nas mãos do realizador canadiano.

Com 53.671 espectadores entre o dia de estreia e domingo nas salas portuguesas, Dune é esta semana o filme mais visto em Portugal, com uma receita de 353 mil euros nas bilheteiras. Em termos mundiais, rendeu já 192 milhões de euros nos cinemas dos países onde o filme já se estreou. Segundo a imprensa especializada, o filme terá tido um orçamento de 142 milhões de euros.

O novo filme dará mais espaço a personagens para já quase apenas vislumbradas no primeiro tomo de Villeneuve, como a Chani de Zendaya, cujos meros sete minutos no ecrã desencadearam críticas e perguntas várias desde a sua estreia. Mas a 20 de Outubro de 2023, Chani, Paul, Stilgar (Javier Bardem) ou Lady Jessica (Rebecca Ferguson) regressam ao planeta deserto de Arrakis, anunciaram a produtora e o estúdio responsáveis por Dune: Parte Dois, a Legendary Pictures e a Warner.

“Acabei de saber pela Legendary que vamos oficialmente avançar com Dune: Part Two”, diz o realizador em comunicado citado pela imprensa internacional sobre aquele que será o segundo tomo da estreia mais rentável da sua carreira. “Era um sonho meu adaptar Dune, de Frank Herbert, e tenho de agradecer aos fãs, ao elenco e à equipa, à Legendary e à Warner Brothers por apoiarem este sonho. Isto é apenas o começo.”

Dune, de 1965, é um livro profundamente influente na ficção científica literária e cinematográfica, bem como na própria ciência e astronomia: vários territórios da lua Titã, de Saturno, são baptizados com nomenclatura do romance ou da saga (Herbert assinaria mais cinco livros e uma profusão de outros dentro deste universo é assinada pelo filho Brian e por Kevin J. Anderson). Já está plasmado na BD ou nos videojogos, mas era até agora como os moinhos de vento de D. Quixote de Cervantes: um inimigo gigantesco e aparentemente intransponível, uma luta quimérica e falhada na hora de adaptar para cinema. O cineasta de culto Alejandro Jodorowosky tentou adaptá-lo nos anos 1970 sem qualquer sucesso — a sua quimera originou mesmo um documentário Jodorowosky’s Dune (2013) — e a versão de David Lynch, que o cineasta renegou pela falta de controlo criativo, deixou 1984 sob um coro de vaias para recentemente ter sido reavaliada, sobretudo à luz da adaptação de Villeneuve.

Villeneuve, um dos rostos do cinema (sci-fi) da nova vaga mainstream da América do Norte, vive um momento de sucesso com esta adaptação — não isenta de críticas e desagrado, mas com muita da crítica internacional convencida pelo seu filme, que se estreou no Festival de Veneza deste ano, tendo também aprovação em geral positiva dos fãs. O ponto central dos elogios é o universo visual que o filme cria, da direcção de arte à concept art e ao design de produção, que não são imunes ao que são identificados como problemas de ritmo e narrativa do filme.

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