Para as duas marcas, parece ser um arranjo perfeito – e os investidores concordaram rapidamente. 

A cotação da Tesla disparou nesta segunda-feira 12,7%, depois de a Hertz, a conhecida empresa de aluguer de automóveis, ter anunciado a compra de 100 mil carros da marca liderada por Elon Musk. 

A Hertz planeia começar a disponibilizar carros Tesla Model 3 aos clientes nos EUA e na Europa já a partir de Novembro, completando a encomenda até ao final do próximo ano. Nessa altura, 20% da frota da Hertz será eléctrica. Além disso, a empresa planeia instalar milhares de carregadores para os veículos e quer oferecer uma experiência "premium" a quem alugar Teslas. 

As acções da Hertz, que está a sair de um processo de insolvência, subiram 10% com a notícia.

Com a valorização desta segunda-feira, a capitalização bolsista da Tesla ultrapassou a marca simbólica do bilião de euros, tornando-se assim mais valiosa do que o somatório das mais importantes fabricantes de automóveis: vale mais do que a Toyota, a Ford, a Volkswagen, a General Motors, a BMW e a Honda juntas. (A Nikola, a controversa fabricante de camiões eléctrico cuja designação é igualmente inspirada no nome do inventor da corrente alternada, teve também um bom dia em bolsa, com as acções a subirem 3,6%.)

A encomenda de 100 mil carros feita pela Hertz é significativa. Por comparação, no terceiro trimestre deste ano, a Tesla produziu cerca de 238 mil veículos e entregou 241 mil. Mas não está nestes números o entusiasmo dos investidores com o negócio. 

A possibilidade de alugar um Tesla tem um valor promocional que será muito superior ao valor das vendas. Para muitas pessoas, o aluguer poderá ser o primeiro contacto com um modelo da marca ou, até, com um carro eléctrico. Passará a ser muito mais comum ter a experiência conduzir – ou, no mínimo, conhecer quem tenha conduzido –​ um Tesla. 

 "Tempos loucos", exclamou no Twitter a pessoa mais rica do mundo, agora por uma larga margem. Musk não poderia querer melhor publicidade do que ter potenciais clientes a fazerem umas férias ao volante. 

Digno de nota

- O Google decidiu reduzir a percentagem de vendas que cobra às aplicações que são distribuídas na Play Store, a loja do Google para Android. A decisão acontece quando tanto o Google como a Apple estão sob pressão para alterarem o funcionamento das respectivas lojas. Nos EUA, a Apple foi recentemente obrigada a deixar os criadores de aplicações usarem métodos de pagamento de outras empresas.

- Foi noticiado que o Facebook (a empresa dona da rede social homónima e de vários outros negócios) planeia mudar de nome. Nada foi anunciado oficialmente, mas isto ajudará a distanciar os futuros projectos da actual imagem negativa do Facebook. 

- Donald Trump, que foi expulso ou suspenso das principais redes sociais, está a preparar a sua própria plataforma. Criou uma empresa chamada Grupo Trump de Media e Tecnologia e quer lançar uma rede social chamada Truth Social, na qual as publicações serão chamadas "verdades". A Truth Social ainda não está aberta ao público, mas já foi alvo de ataques informáticos.

- A Apple revelou na semana passada novos produtos, incluindo computadores portáteis e auriculares. Os novos computadores estão equipados com os chips próprios da empresa, que continua assim a reduzir o número de modelos que têm processadores da Intel. 

- Morreram as impressoras, essas "maquinetas patuscas", como lhes chama Miguel Esteves Cardoso nesta divertida crónica

4.0 é uma newsletter sobre inovação, tecnologia e o futuro. Comentários e sugestões podem ser enviados para jppereira@publico.pt. Espero que continue a acompanhar.