Dono da Samsung condenado por uso ilegal de anestésico

Lee Jae-yong, herdeiro do grupo coreano Samsung, foi acusado de consumir ilegalmente propofol, um potente anestésico usado em cirurgias plásticas, e agora tem uma multa de 52 mil euros para pagar.

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Não é a primeira vez que o magnata se envolve em escândalos judiciais. Em Janeiro, chegou a ser condenando a dois anos e meio de prisão KIM HONG-JI/POOL/EPA-EFE/Shutterstock

É, segundo a revista Forbes, a 238ª pessoa mais rica do mundo e herdeiro do monopólio da coreana Samsung Electronics, que é até hoje a maior fabricante mundial de smartphones e chips. Esta terça-feira, com 53 anos, Lee Jae-yong foi acusado de usar proporfol — a mesma substância que provocou a morte de Michael Jackson em 2009 —, em várias ocasiões durante os últimos anos, numa clínica de cirurgias plásticas, e multado em 70 milhões de wons (52 mil euros) pelo Tribunal de Seul. 

Enquanto Lee se defendeu desde o início do julgamento alegando que usava o fármaco para um tratamento de pele, os seus advogados argumentavam que o consumo era uma resposta médica para lidar com o stress provocado pela hospitalização do seu pai, que acabou por morrer em 2020, e os processos legais que se via envolvido. Porém, numa das últimas audiências, o tribunal averiguou que Lee tinha administrado a droga cerca de 41 vezes desde 2015 até ao ano passado.

Desta forma, ao proferir o veredicto, o juiz Jang Young-chae concluiu que a “quantidade injectada foi muito elevada e a natureza do crime cometido não é leve, dadas as responsabilidades sociais exercidas pelo arguido”. De acordo com a lei da Coreia do Sul, os consumidores de substâncias administradas ilegalmente, como o proporfol, usado especialmente em cirurgias, mas também enquanto narcótico, podem ser processados, bem como aqueles que são responsáveis pela própria administração. 

Não foi porém a primeira vez que o líder do grupo da Samsung se vê associado a processos judiciais. Em Janeiro foi condenado a dois anos e meio de prisão por corrupção, desvio de fundos e outros crimes relacionados com o escândalo que tirou do poder a ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye. A sentença tinha sido já definida em 2017, com uma pena prevista inicialmente de cinco anos de prisão, mas esta acabou por ser reduzida em 2018. Porém, com o surgimento de novas acusações contra o empresário, o processo voltou a agudizar-se e Lee foi outra vez julgado em 2019.

Este ano, acabou por ficar em liberdade condicional por decisão do Governo sul-coreano, que não queria que a polémica judicial pusesse em causa aquela que é um das empresas mais fundamentais para a economia do país e um dos maiores impérios industriais familiares dominantes da Coreia do Sul. “Tenho ouvido e prestado atenção às preocupações, críticas e expectativas a meu respeito. Vou tentar fazer o meu melhor”, dizia Lee no dia da sua libertação. 

No dia do julgamento deste novo caso judicial, o magnata não fez qualquer comentário e recusou adiantar mais informações aos jornalistas. 

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