Cavalo de Ferro vai editar quatro romances do novo Nobel da Literatura

A editora vai começar por Afterlives, de 2020, o mais recente livro do escritor tanzaniano Abdulrazak Gurnah, que deverá sair no primeiro trimestre de 2022.

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HENRY NICHOLLS/Reuters

A editora Cavalo de Ferro vai editar quatro romances do novo Prémio Nobel da Literatura, Abdulrazak Gurnah, começando pelo mais recente, Afterlives, de 2020, que aborda o colonialismo alemão em África, cujo massacre das populações de etnia herero e nama no território que hoje pertence à Namíbia é considerado o primeiro genocídio do século XX.

O escritor tanzaniano radicado no Reino Unido só tinha até agora um livro publicado em Portugal, Junto ao Mar (By the Sea, 2001), lançado pela Difel em 2003, numa tradução de Fernando Dias Antunes, e há muito esgotado.

“É um absoluto privilégio incluir Abdulrazak Gurnah entre os autores da Cavalo de Ferro e poder divulgar a sua obra junto dos leitores portugueses”, diz, em comunicado, Diogo Madre Deus, editor desta chancela do grupo 20/20, que por sua vez se fundiu recentemente com a Penguin Random House Grupo Editorial Portugal.

Afterlives deverá sair em Fevereiro ou Março de 2022, seguindo-se, em Maio, Paradise, um romance de 1994 que chegou à short list do Booker Prize e que alguma crítica leu como uma resposta africana à novela O Coração das Trevas, de Joseph Conrad.

Em Setembro de 2022 está previsto o relançamento do já referido By the Sea, e já no início de 2023 deverá sair Desertion, de 2005, cuja acção decorre em Zanzibar em meados do século XX, nos anos que antecederam a independência da Tanzânia. O narrador do livro, Rashid, pode ter sido parcialmente inspirado na própria infância de Abdulrazak Gurnah, que nasceu em 1948 em Zanzibar, um estado semi-autónomo que hoje integra aquele país da costa oriental africana.

A atribuição do Nobel da Literatura a Gurnah tornou-o o primeiro escritor africano a ser escolhido pela Academia Sueca desde o nigeriano Wole Soyinka, eleito em 1986, há 35 anos.

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