China quer atingir a neutralidade carbónica até 2060 sem descurar a segurança alimentar e energética

Documento do Partido Comunista da China e do Conselho de Estado refere a necessidade de responder com eficácia aos riscos económicos da transição verde.

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Jason Lee/Reuters

O Partido Comunista Chinês e o Conselho de Estado publicaram, este domingo, um documento em que estabelecem medidas para atingir os objectivos para fazer declinar as emissões de gases de efeitos de estufa a partir de 2030 e atingir a neutralidade carbónica em 2060, mas sem nunca descurar a segurança alimentar e energética.

A afirmação chega numa altura em que graves cortes de energia ameaçam os esforços feitos pelo Governo chinês para fazer baixar a curva das emissões de CO2, exactamente numa altura em que os países se preparam para a conferência do clima da ONU, a COP26, que se realiza em Glasgow, na Escócia, a partir de 31 de Outubro.

A China deve “gerir a relação entre a redução da poluição e a redução do carbono e a segurança energética, a segurança da cadeia de abastecimento industrial, a segurança alimentar e a vida quotidiana das pessoas”, diz o documento divulgado pela agência de notícias chinesa Xinhua.

O texto também alude à necessidade de responder com eficácia aos riscos económicos da transição verde e de baixas emissões de dióxido de carbono, para “prevenir a reacção exagerada e assegurar uma redução de carbono segura”.

Os especialistas climáticos esperavam que o maior emissor de gases de efeito de estufa pudesse ser persuadido a começar a diminuir o seu consumo de carvão antes da meta estabelecida de 2026, mas a grande escassez energética pôs o governo sob pressão para aumentar a sua produção de combustível.

Assim, de acordo com o novo plano traçado pelo Partido Comunista Chinês, a percentagem de uso de energias renováveis será de 20% em 2025, de cerca de 25% em 2030 e chegará aos 80% em 2060.

As emissões de CO2 para atmosfera terão diminuído 18% em 2025 em relação a 2020. Em 2030, a China conta que as emissões desçam mais de 65% em relação a 2005, diz o documento intitulado “Guia de Trabalho para o Tecto de Dióxido de Carbono e a Neutralidade Carbónica de Acordo com a Implementação Total e Fiel da Nova Filosofia de Desenvolvimento”.

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