Não sou da paz, uma canção de combate dos Sal com Carlão, a anunciar Passo Forte

O primeiro álbum dos SAL tem edição marcada para 29 de Outubro e o tema que lhe dá título, Passo forte, já foi lançado em single e videoclipe em Abril deste ano. Agora, a uma semana do lançamento do disco, estreiam um novo tema, Não sou da paz, com participação especial de Carlão. A apresentação ao vivo será no Maria Matos, em Lisboa, no dia 16 de Novembro.

SAL, um quinteto, é composto por quatro músicos dos Diabo na Cruz, onde estiveram durante mais de dez anos, Sérgio Pires (voz e guitarra), Daniel Mestre (guitarras), João Gil (baixo) e João Pinheiro (bateria), aos quais se juntou Vicente Santos (teclados). Não sou da paz, a canção, é assim justificada pelo grupo, no texto que a anuncia: “Peter Tosh dizia numa entrevista, em 1978, que ‘a paz é um diploma que se recebe no cemitério’. Foi esse o pensamento que deu o mote para esta canção: Porque parece a paz algo tão inatingível? Quantas guerras se fizeram em nome dessa mesma paz? Quantos espíritos inquietos lutaram e viveram sem nunca terem vivenciado essa tal paz que tanto almejaram?” Daí esta canção, que, acrescentam, “escrita com a intenção clara de fechar o nosso disco de estreia, pretende explorar a ideia de que a paz, em todas as suas formas, não é possível enquanto a sociedade moderna se sustentar no desequilíbrio, na iniquidade. Apenas a luta e a acção podem sossegar essa vontade de progresso, de mudança, de justiça.”

Realizado por Marco Oliveira, o videoclipe de Não sou da paz, ainda segundo os SAL, “retrata metaforicamente esse não lugar utópico, quase como um despojo pós-apocalíptico, onde apesar de nunca se perceber se estamos a chegar ou a partir, se torna claro que apenas continuando a avançar é possível chegar a algum lugar.” E ouvimo-los cantar: Não sou da paz quando dormes na rua/ Não sou da paz quando comes no chão/ Não sou da paz quando para aqueceres/ Fazes da cama caixas de cartão” Ou “Não sou da paz quando alguém trabalha/ Horas a fio p’ra ganhar o pão/ Chega a casa de corpo vazio/ Pra dar aos filhos dedicação”. Uma canção de combate “que vai crescendo no tom e na força”, à qual se juntam as palavras, a presença e a voz de Carlão: “Eu não sou da paz quando a paz é podre/ E o jogo está viciado sempre para o mesmo resultado” ou “Longe está o dia em que o sol brilhará para todos/ Falta empatia, indiferença há a rodos”.