António Costa: “Estamos mais próximos do que já estivemos” de viabilizar OE

Primeiro-ministro recordou as palavras do Presidente da República e convidou todos os envolvidos nas negociações do OE2022 a “meditar” sobre as consequências da inexistência de um orçamento.

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António Costa falou aos jornalistas antes de embarcar para Bruxelas LUSA/RODRIGO ANTUNES

O primeiro-ministro saiu optimista dos seus encontros com os parceiros à esquerda, depois de esta quarta-feira ter tido uma reunião com o PAN e o PEV, ainda que não tenha dado pormenores sobre as reuniões. Mas fala em aproximação entre o Governo e os parceiros e dá a entender que existem progressos no impasse orçamental.

“Estamos obviamente hoje mais próximos do que estivemos no passado e como todos têm dito não há ainda um acordo final”, declarou António Costa, à saída do debate preparatório do próximo Conselho Europeu desta quinta e sexta-feira, insistindo que a viabilização do Orçamento do Estado 2022 (OE2022) ainda é possível.

António Costa lembrou ainda os “recados” de Marcelo Rebelo de Sousa, que “definiu uma consequência muito exigente” para o caso de o Orçamento chumbar, avisando que “todos devem meditar” sobre esse cenário (leia-se, eleições antecipadas).

Nas palavras do primeiro-ministro, estão “todos a trabalhar” para o país “ter um bom orçamento para o próximo ano”, confirmando que existem reuniões marcadas. “Não vejo nenhuma razão para que à sétima” discussão e negociação de um Orçamento do Estado seja diferente, completou, recordando a viabilização à esquerda das anteriores propostas orçamentais.

Identificando um trabalho “igualmente construtivo” com todos os parceiros, o primeiro-ministro escusou-se a adiantar eventuais entendimentos. “O Governo tem tido como prática, e acho que é prática saudável, não fazer comentários enquanto as negociações estão a decorrer”, declarou.

Certo é que não há condições para acomodar todas as exigências: “Se somássemos todas as propostas, não havia dez orçamentos que chegassem. Portanto, como sempre aconteceu até agora, temos de ir tendo em conta as diferentes propostas de uns, de outros e a melhor combinação possível”, frisou.

Questionado pelos jornalistas sobre o peso das “contas certas" nestas negociações, António Costa respondeu que ainda que as regras europeias em relação aos limites do défice e da dívida se encontrem suspensas, Portugal deve lembrar-se que “tem uma das dívidas mais elevadas”.

“Não é nenhuma obsessão pelas contas certas”, afirmou o primeiro-ministro. “A trajectória que temos mantido para a redução do défice e da dívida é absolutamente essencial​”, acrescentou, lembrando que foi o esforço feito entre 2016 e 2017 pela sustentabilidade da Segurança Social que permitiu ter folga para responder à crise pandémica, nomeadamente através de layoffs.

Além disso, o primeiro-ministro quer manter “a credibilidade internacional”, sem dar “passos maiores do que a perna”. ​"Quando começámos esta caminhada, a oposição dizia que vinha aí o diabo. Avançámos sempre, mas na medida certa: com conta peso e medida”, argumentou antes de se apressar dizendo que tinha um avião para apanhar para Bruxelas. 

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