Rosier, turbulência em Alvalade e refúgio em Istambul

O lateral francês vai reencontrar-se com a antiga equipa, na Liga dos Campeões.

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Oito de Março de 2020 é um dia com significado na história recente do Sporting. Foi nesta data que Rúben Amorim, futuro treinador campeão, se estreou no banco dos “leões”, com um triunfo em Alvalade por 2-0 sobre o Desportivo das Aves. Foi também o dia em que Valentin Rosier, lateral-direito francês contratado no Verão anterior, cumpriu os seus últimos minutos com a camisola dos “leões”. Entrou aos 78’, para o lugar de Acuña, e ficou em campo até ao apito final. Depois, já na retoma das competições depois da suspensão do campeonato, Rosier só voltou a ir para o banco mais uma vez. Já era bem claro que o francês não fazia parte do plano.

Nesta terça-feira, o lateral-direito vai defrontar a sua antiga equipa, a equipa que, no Verão de 2019, resolveu pagar por ele ao Dijon 6,5 milhões de euros mais o passe de Mama Baldé. Fez 16 jogos, teve quatro treinadores diferentes em Alvalade (Keizer, Pontes, Silas e Amorim) e não marcou qualquer golo. Sem surpresa, o antigo internacional jovem francês não ficou para a época seguinte. Um entre dezenas de dispensados, vendidos ou cedidos que não iriam participar de um ano de muitas conquistas em Alvalade.

A solução encontrada foi um empréstimo a um histórico do futebol turco, o Besiktas, e a opção não podia ter sido a mais acertada. Rosier ganhou a titularidade numa época em que um dos grandes de Istambul ganhou o campeonato e a taça – o lateral marcou, inclusive, um golo na final. Após essa época de revalorização, a lista de interessados cresceu, com Galatasaray e Marselha à cabeça, mas Rosier só queria o Besiktas. E, após vários avanços e recuos, o Sporting lá concordou em vender o jogador ao seu adversário desta terça-feira por 4,8 milhões de euros – por 80% por cento do passe.

Para trás ficava uma ligação aos “leões” marcada por uma lesão que dificultou a sua afirmação em pleno. “Na altura, foi a melhor proposta. A equipa estava na Europa e eles contrataram-me quando estava lesionado. Acho que foi a opção certa”, contou mais tarde numa entrevista à France Football.

No modesto Dijon, Rosier tinha saltado para as selecções jovens de França e já se falava dele como futuro lateral dos “bleus” na equipa principal. O Sporting seria mais um degrau rumo à afirmação, mas os “leões” não estavam num bom momento desportivo. “Tivemos quatro treinadores e foi muito complicado. Um deles, Silas, meteu-me a jogar, mas depois tirou-me da equipa e sem qualquer explicação. Depois do confinamento, deixei de jogar. Era impossível ficar.”

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