Energia e imobiliário abrandam crescimento económico da China

Economia chinesa cresceu 4,9% no terceiro trimestre deste ano, abaixo dos 7,9% do trimestre anterior e abaixo da previsão dos analistas.

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Construção imobiliária tem sido um dos motores de crescimento da China Reuters/THOMAS PETER

O crescimento económico da China não foi além dos 4,9% no terceiro trimestre deste ano, um abrandamento face aos 7,9% do segundo trimestre (quando comparado com os valores do mesmo período do ano passado) e abaixo das previsões dos analistas – o conjunto de especialistas contactado pela Reuters esperava 5,2%. Numa análise do crescimento em cadeia, a subida foi de apenas 0,2%.

Este crescimento, o mais baixo no período de um ano, está relacionado com a falta de abastecimento energético e subida de preços e com as dificuldades do sector imobiliário chinês, que ganhou visibilidade internacional com a crise que atravessa a Evergrande. Outro factor negativo foi o ressurgimento de surtos de covid-19, que obrigaram à imposição de restrições de circulação.

O porta-voz do instituto nacional de estatística chinesa, Fu Linghui, defendeu esta segunda-feira que o impacto das falhas no abastecimento energético é “temporário” e que o mercado imobiliário estava, em termos gerais, “estabilizado”.

De acordo com o Financial Times (FT), os dados agora divulgados colocam uma pressão acrescida ao presidente chinês, Xi Jinping, que entra agora no final do primeiro ano do segundo mandato, com o objectivo de prosseguir a sua estratégia de melhorar a redistribuição de riqueza. A crise energética, que levou ao racionamento da oferta no país, obrigou a uma maior utilização de carvão, isto numa fase em que Pequim tinha prometido recorrer menos a esta matéria-prima por questões ambientais.

Tommy Wu, economista chefe da Oxford Economics, afirmou ao FT que as falhas no fornecimento de electricidade e cortes de produção vão assumir menores proporções no quarto trimestre, mas que o recuo no mercado imobiliário, um dos motores do crescimento económico, muito ligado ao endividamento, deverá ter “um peso substancial” no crescimento do PIB até ao final do ano.  

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