Ons Jabeur é árabe e está no top-10

Na opinião da tenista tunisina, ocupar um lugar entre as dez melhores do mundo é apenas o princípio.

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Ons Jabeur EPA/RAY ACEVEDO

O mundo árabe tem sido palco de muitos acontecimentos mundiais, mas raramente relacionados com o desporto. A tunisina Ons Jabeur muito tem feito para mudar isso. Depois de, no Verão, ter conquistado o seu primeiro título no circuito profissional de ténis feminino, Jabeur é, a partir desta segunda-feira, a primeira tenista árabe a integrar o top-10 do ranking mundial. E a história que está a escrever e a inspirar muitas jovens árabes não deverá ficar por aqui.

“Sei que o top-10 é o princípio. Sei que mereço este lugar há já algum tempo já que tenho estado a jogar bem, mas quis provar que mereço estar aqui, mereço ser uma das 10 melhores”, afirmou Jabeur, ao alcançar o objectivo a que se propôs no início da época, mas que estava difícil de concretizar devido ao novo sistema de pontuação, em consequência da pandemia.

A subida na hierarquia mundial ficou garantida ao atingir os quartos-de-final do BNP Paribas Open, após derrotar a estoniana Anett Kontaveit – 20.ª no ranking e vencedora em 16 dos últimos 17 encontros que realizara –, por 7-5, 6-3.

Embora o seu belo percurso nos courts de Indian Wells tenha sido travado nas meias-finais, Jabeur voltou a maravilhar os adeptos com o seu estilo de ténis variado e criativo, diferente da norma prevalecente no circuito feminino, ou seja, pancadas fortes do fundo do court. Subida à rede, acelerações de direita e uma boa movimentação que lhe permite cobrir todo o court quando tem de se defender, misturadas com esquerdas “cortadas” e amorties que apanham as adversárias de surpresa e cortam o forte ritmo que elas gostam de impor.

Em Abril, ao perder a final de Charleston, Jabeur disse que queria mais finais. Depois de mais duas finais e ter ganho uma, em Birmingham, adiantou que queria mais títulos. Essa consistência, que inclui a presença nos quartos-de-final de Wimbedon, permitiu à tunisina nascida há 27 anos em Ksar El Hellar chegar a Indian Wells no 14.º lugar. Agora, após esta estreia em meias-finais em provas Masters 1000 e a entrada no top-10, Jabeur continua a visar mais alto e sem modéstia: erguer o troféu Chris Evert que premeia as jogadoras que ascendem ao primeiro lugar do ranking mundial.

Mas também sabe que há outros passos a dar antes. No imediato, Jabeur procura garantir um dos quatro lugares ainda em aberto para as WTA Finals e já subiu ao oitavo lugar nessa “corrida”, o último directamente elegível.

“Cheguei aqui um pouco ‘stressada’ com a Corrida; não olhei muito para o ranking, mas sabia que não estava longe. Falei com a minha ‘mental coach’ e disse-lhe que isto era demais, mas, ao mesmo tempo, sei que preciso de passar por isto para, um dia, ganhar um Grand Slam, tenho de dar este passo. Só espero passar por isto sem ter um ataque cardíaco”, brincou.

O bom humor da tenista é uma característica importante e sinal de que está num bom momento; ela sabe que, se sorrir no court tem mais possibilidade de jogar melhor. E este ano não tem havido dúvidas cobre a qualidade do ténis de Jabeur, que já ganhou 48 encontros em 2021, o máximo no circuito WTA.

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