O PCP e o BE queixam-se de quem? Só se for de si próprios

O Governo diz que foi introduzindo mais redistribuição e progressividade no sistema fiscal. Isso só é verdade no IRS. No resto, o que há é um agravamento da injustiça. E os mais pobres nem sequer pagam IRS.

Neste momento, não há na política portuguesa questão mais fútil do que a de saber se o Orçamento do Estado para 2022 é de esquerda ou de direita. É um exercício a que se dedicam particularmente os apoiantes do PCP e do BE, na esperança de que vingue a tese de que o documento é obra de falcões neoliberais. Para que o Orçamento fosse “de esquerda” ou “de direita” era preciso que tivesse a ressonância ideológica ou programática de um qualquer projecto de futuro. Mas o único desígnio político que ali se vislumbra é o da eternização do PS do poder. Com ou sem Centeno, foi esse desígnio que determinou sempre a estratégia económico-financeira de António Costa, levado confortavelmente num andor aos ombros de Jerónimo de Sousa e Catarina Martins. Do que é que estes dois se podem agora queixar?

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