Polícia considera assassínio de deputado britânico um “incidente de terrorismo”

O suspeito de homicídio, de 25 anos, foi detido no dia do ataque. As autoridades acreditam ter agido sozinho, mas as investigações prosseguem: duas casas na área de Londres foram alvo de buscas.

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O primeiro-ministro britânico prestou homenagem ao deputado e depositou uma coroa de flores à porta da igreja onde David Amess foi assassinado PETER NICHOLLS/Reuters

O assassínio do deputado do Partido Conservador David Amess, depois de ter sido esfaqueado num encontro com eleitores no Sudeste de Inglaterra, foi considerada pelas autoridades como um caso de terrorismo com “possível motivação ligada ao extremismo islâmico”.

“O esfaqueamento fatal em Leigh-on-Sea foi declarado esta noite como um incidente de terrorismo e a investigação está a ser dirigida pelo Comando de Contraterrorismo”, disse a Polícia Metropolitana. “Uma investigação preliminar indicou uma possível motivação ligada ao extremismo islâmico”, continuaram as autoridades.

Ainda assim, afirmam que o suspeito não estava registado como sujeito de interesse.

O suspeito de “homicídio”, um homem de 25 anos que as autoridades acreditam ser de ascendência somali, foi detido ainda no dia do ataque. Estão a decorrer investigações e duas moradas estão a ser alvo de buscas na área de Londres, mas as autoridades acreditam ter agido sozinho e não procuram, para já, mais nenhum suspeito.

O deputado de 69 anos, representante de Southend West desde 1997 e um dos deputados mais antigos da Câmara dos Comuns, foi esfaqueado várias vezes na sexta-feira durante um encontro com eleitores na Belfairs Methodist Church, uma igreja de Leigh-on-Sea, no condado de Essex. Os paramédicos chegaram ao local no “espaço de minutos”, mas David Amess acabaria por morrer no local.

As notícias da sua morte provocaram choque e revolta em todo o espectro político e público e as homenagens ao deputado multiplicaram-se. Em Downing Street e no Parlamento as bandeiras foram colocadas a meia haste e, neste sábado, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, depositou uma coroa de flores na porta da igreja onde Amess foi assassinado.

Johnson estava acompanhado pela ministra do Interior, Priti Patel, e também pelo líder da oposição, Keir Starmerm, do partido Trabalhista.

Um dia depois do incidente, a segurança dos deputados está a ser alvo de grande debate. Patel pediu às forças policiais para reverem os protocolos de segurança dos “representantes eleitos”, devido ao homicídio que disse representar “um ataque absurdo contra a democracia”. Na segunda-feira deverá fazer uma declaração ao Parlamento.

Esta não é a primeira vez que um deputado britânico é atacado. No espaço de dez anos, aconteceram três crimes semelhantes e um deles provocou uma morte.

Em 2016, Jo Cox, representante do Partido Trabalhista, foi morta por um “terrorista da extrema-direita” em Birstall, no Norte de Inglaterra, antes de se reunir com eleitores. Em 2010, o deputado trabalhista Stephen Timms, foi atacado com uma faca em Beckton, por uma “terrorista islamista”, mas viveu para contar a história. 

Em 2000, o Liberal Democrata Nigel Jones foi atacado e o assessor de Jones, ao tentar protegê-lo, acabaria por morrer.

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