Príncipe William defende que as “mentes brilhantes” deviam focar-se em salvar o planeta e não em viajar para o espaço

Falar sobre questões ambientais é uma característica importante da família real britânica, e William, 39 anos, segue os passos do seu falecido avô, o príncipe Filipe, marido da rainha Isabel II, e do seu pai, o príncipe Carlos.

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Reuters/POOL

O príncipe William deu um golpe disfarçado nos multimilionários que estão envolvidos na corrida ao turismo espacial, quando declarou que os maiores cérebros do mundo deveriam concentrar-se em resolver os problemas ambientais que a Terra enfrenta.

Durante uma entrevista à BBC transmitida nesta quinta-feira, William pareceu criticar Jeff Bezos, a pessoa mais rica do mundo, Elon Musk e o britânico Richard Branson, cujos empreendimentos rivais estão todos numa competição para inaugurar uma nova era de viagens espaciais comerciais privadas. “Precisamos que alguns dos maiores cérebros e mentes do mundo se concentrem em tentar consertar este planeta, não em tentar encontrar o próximo lugar para ir e viver”, declarou o príncipe, o segundo na linha de sucessão ao trono britânico.

Estes comentários foram feitos depois de Musk ter falado sobre missões a Marte, e Bezos ter descrito o seu voo espacial inaugural em Julho como parte da construção de uma estrada para o espaço “para que os nossos filhos e seus filhos possam construir um futuro”, declarou na altura. “Precisamos de fazer isso para resolver os problemas aqui na Terra”, acrescentou Bezos, que na quarta-feira comemorou o envio do actor de Star Trek, William Shatner, ao espaço na sua nave New Shepard.

Falar sobre questões ambientais é uma característica importante da família real britânica, e William, 39 anos, segue os passos do seu falecido avô, o príncipe Filipe, marido da rainha Isabel II, e do seu pai, o príncipe Carlos.

Há décadas que Carlos, o herdeiro do trono de 72 anos, clama por acções para impedir a mudança climática e os danos ambientais, muito antes de a questão se ter tornado popular sobretudo entre os mais jovens. “Tem sido uma jornada difícil para ele e acho que ficou provado que ele estava à frente do seu tempo”, elogiou William. “Para mim, seria um desastre absoluto se George [o filho mais velho e terceiro na linha de sucessão] estivesse sentado no meu lugar daqui a uns 30 anos, a dizer a mesma coisa, porque então chegaremos tarde demais”, avisa, fazendo eco da mensagem de Carlos, no início desta semana.

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