Nuvem de dióxido de enxofre do vulcão de La Palma chega à Península Ibérica

Esta intrusão de dióxido de enxofre está “a ocorrer sobretudo acima dos 3000 metros de altitude, não afectado por isso as concentrações deste gás à superfície”. IPMA está a acompanhar situação.

Foto
Vulcão Cumbre Vieja, em La Palma Reuters/SERGIO PEREZ

Uma nuvem de dióxido de enxofre com origem na erupção do vulcão Cumbre Vieja, em La Palma, atingiu a Península Ibérica. A informação foi avançada pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) nesta quarta-feira, com base nas previsões do modelo do Serviço de Monitorização Atmosférica do programa Copernicus.

Esta intrusão de dióxido de enxofre está “a ocorrer sobretudo acima dos 3000 metros de altitude, não afectando por isso as concentrações deste gás à superfície”. O IPMA refere que este episódio se deve prolongar até sexta-feira, dia 15, e que está a acompanhar “de perto” a evolução da situação.

Pelo menos 595 hectares de área da ilha de La Palma já foram afectados pelo fluxo de lava expelida pelo vulcão Cumbre Vieja, que aumentou após o flanco norte ter desabado no sábado, proporcionando maior fluidez no escoamento. De acordo com o relatório divulgado na terça-feira pelo Departamento de Segurança Interna do Governo (DSN) espanhol, o fluxo mais activo de lava está actualmente localizado mais a norte.

Enquanto um dos fluxos de lava avança em direcção ao mar (300 metros), na segunda-feira o outro provocou a combustão de hidrocarbonetos ao passar por uma fábrica de cimento, o que obrigou ao confinamento de cerca de 3500 pessoas nas áreas de El Paso e Los Llanos de Aridane.

Junto com a nuvem de dióxido de enxofre na região, há uma quantidade significativa de cinza vulcânica que se move na direcção leste devido aos ventos fortes, embora os valores de dióxido estejam abaixo do limite de risco.  

Os aeroportos das Ilhas Canárias estão operacionais, embora as companhias aéreas cancelem voos para La Palma.

O vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção a 19 de Setembro, obrigando à retirada de mais de 6000 pessoas das zonas afectadas. A erupção afectou o cultivo da banana e o turismo, as principais fontes de receitas da ilha, onde vivem cerca de 85.000 pessoas. com Lusa

Sugerir correcção
Comentar