Defesa corta encargos com a saúde em 25%

Orçamento do ministério de João Gomes Cravinho cresce apenas 30 milhões de euros (para 2451, 5 milhões) quando comparado com a proposta do ano passado.

Foto
O ministério de João Gomes Cravinho recebe 2451,5 milhões de euros em 2022 LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

A Defesa vê o seu orçamento crescer ligeiramente (29 milhões de euros) em relação ao previsto há um ano, para um total de 2451,5 milhões de euros. Porém, o Governo faz questão de apresentar os números de uma forma mais apetecível: em vez de comparar os valores que inscreveu no orçamento para este com os de 2022, usa agora os valores de estimativa do que vai executar este ano – 2222,8 milhões de euros (ou seja, deixa por executar 222 milhões de euros) – para os comparar com os 2451,3 milhões do orçamento do próximo ano e poder dizer que irá “exceder em 10,3%” a execução estimada até ao final deste ano.

Do bolo total, 1280 milhões de euros destinam-se a salários (mais 10 milhões do que a estimativa para este ano), ao passo que os encargos com a saúde levam um corte de 25% (para 21 milhões de euros) e as forças nacionais destacadas recebem uma dotação ligeiramente maior – serão 73 milhões de euros (este ano são 71). Outra parcela que também tem uma redução idêntica é a das pensões e reformas, que baixa de 85,4 para 82,8 milhões de euros.

A aplicação da Lei de Programação Militar verá a factura subir dos 392 milhões de euros previstos executar este ano para 413 milhões, onde se incluem, por exemplo, a aquisição das aeronaves militares de transporte estratégico KC-390 e a construção de dois navios de patrulha oceânica.

O relatório especifica que serão empregues 81 milhões de euros na área da protecção civil e luta contra incêndios. A Força Aérea também inscreveu uma dotação de 14 milhões de euros para a aquisição de meios aéreos próprios pelo Estado para o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), investimento financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

Sugerir correcção
Comentar