Mais um passo tranquilo de Portugal rumo ao Mundial do Qatar

Com golos de Cristiano Ronaldo (8’, 13 e 87’’), Bruno Fernandes (18’) e João Palhinha (69’), a selecção portuguesa goleou o Luxemburgo na qualificação para o Mundial 2022.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

De forma bem mais simples do que seria expectável, Portugal somou a sexta vitória em sete jogos da fase de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2022 e continua a depender apenas de si para garantir a qualificação directa para o Qatar. No Algarve, com uma eficácia poucas vezes vista na selecção portuguesa – três golos nos três primeiros remates (dois de Cristiano Ronaldo, um de Bruno Fernandes) -, Portugal colocou a vitória no bolso ao fim de 18 minutos e, mesmo gerindo o ritmo, construiu uma goleada na segunda parte: João Palhinha e o hat-trick de Ronaldo fixaram o 5-0 final.

A cerca de hora e meia de o árbitro francês Benoît Bastien dar o apito inicial para o sexto jogo de Portugal no apuramento para o Mundial 2022, o anúncio do “onze” português, bem mais cedo do que é habitual, confirmou que Fernando Santos não tinha nenhuma surpresa de última hora guardada para o desafio no Algarve.

Após um tranquilo duelo frente ao Qatar no sábado, num jogo de preparação que permitiu estrear Diogo Costa, Matheus Nunes e Rafael Leão, o seleccionador português resgatou a fórmula habitual.

Rui Patrício, João Cancelo, Pepe e Rúben Dias - não foram utilizados contra o Qatar -, e João Palhinha, Bernardo Silva, João Moutinho e Bruno Fernandes - apenas estiveram em campo na última meia hora -, eram peças já rotinadas no 4x2x3x1 de Santos que, com apenas uma baixa entre as suas escolhas habituais (Diogo Jota por lesão), foi pela via mais lógica: numa partida onde se esperava que Portugal tivesse a iniciativa e o controlo, avançou o atacante com perfil de “9” (André Silva), dando mais liberdade a Cristiano Ronaldo.

Sem margem de erro – com a derrota ficou sem hipóteses matemáticas de apuramento -, o Luxemburgo não iria, segundo Fernando Santos, ser uma equipa a jogar “em bloco baixo e cerrado”, mas o início perfeito de Portugal retirou qualquer possibilidade de avaliar a ambição que os luxemburgueses teriam no Algarve.

Tradicionalmente pouco hábil a desbloquear a organização defensiva dos rivais, a selecção portuguesa deu um pontapé na estatística e conseguiu algo raro: ao fim de 18 minutos, tinha três remates e três golos marcados.

Os dois primeiros, o 113.º e o 114.º golo do currículo de Ronaldo pela selecção, surgiram na sequência de boas iniciativas individuais - primeiro de Bernardo Silva; depois do próprio Ronaldo -, que foram travadas em falta na área. Na transformação dos penáltis, capitão da equipa portuguesa não falhou, elevando para cinco o número de golos que marcou no Grupo A.

Com o Luxemburgo a ver-se em palpos-de-aranha para travar a mobilidade do ataque português, Bruno Fernandes, assistido por Bernardo Silva, encontrou muito espaço no lado direito e, com um remate cruzado, acabou com qualquer dúvida sobre quem seria o vencedor ao 18.º minuto.

A partir daí, Portugal passou a ter o segundo jogo de preparação no intervalo de quatro dias. Mantendo a bola no pé, os jogadores portugueses baixaram a intensidade e a defesa luxemburguesa deu-se ao luxo de conseguir finalmente respirar, mas nos últimos cinco minutos da primeira parte, Anthony Moris, com defesas a remates de Ronaldo e André Silva, baixou os índices de eficácia portuguesa.

Sem fazer qualquer alteração ao intervalo, Portugal regressou dos balneários com o mesmo ritmo do arranque da partida, mas com a sua característica mais comum: muitas oportunidades criadas sem qualquer tipo de aproveitamento: Rúben Dias, Ronaldo, Palhinha e Bruno Fernandes ficaram-se pelo “quase”.

Com o relógio a avançar e sem que o Luxemburgo mostrasse muita capacidade de manchar o jogo 100 de Rui Patrício por Portugal, Fernando Santos começou a mexer na equipa aos 65’ (troca de Moutinho por João Mário) e, quase de imediato, foi o outro médio a marcar: após um canto, Palhinha fez de cabeça o quarto golo.

Não foi, no entanto, o último. Porque mais um nunca é demais, Ronaldo aos 87’ adicionou mais um hat-trick à sua colecção e fechou a goleada nos 5-0.

Garantida a vitória na “primeira de três finais”, palavras de Fernando Santos, Portugal terá uma sempre difícil deslocação a Dublin para a defrontar a Irlanda e, se vencer, apenas precisará de um empate na recepção à Sérvia para assegurar a presença no Qatar com o primeiro lugar no Grupo A.

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