E se Van Gogh vivesse nas suas pinturas?

Há quatro anos, o artista iraniano Alireza Karimi Moghaddam fez o seu primeiro cartoon sobre Van Gogh. Desde então, o seu trabalho evoluiu e hoje faz ilustrações para homenagear a vida e a arte do pintor, a partir de Lisboa, onde agora vive.

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Como seria o dia-a-dia de Vicent Van Gogh se o artista vivesse nas suas pinturas? Fancy Van Gogh, um projecto que reúne ilustrações inspiradas na estética impressionista do artista, mostra-nos esse mundo. Com as ilustrações do iraniano Alireza Karimi Moghaddam, é possível ver um Van Gogh à janela, a andar de bicicleta entre campos de girassóis ou a pintar paisagens do céu.

Alireza, o autor de 46 anos, sempre viveu ligado ao mundo das artes, uma vez que cresceu a ver o seu pai a pintar, em Teerão. Desde pequeno que admira Van Gogh, mas admite que primeiro "não tinha coragem de o colocar nas obras”. Há quatro anos, quando Alireza ainda se encontrava no Irão, deu esse passo. O primeiro trabalho sobre o pintor holandês foi em forma de cartoon, mas desde então que as suas obras artísticas evoluíram para ilustrações.

O ilustrador inspira-se na vida de Van Gogh e, sobretudo, nas cartas trocadas entre o artista holandês e o seu irmão Theo. Ainda assim, confessa que também se inspirou noutro artista, o cartoonista e pintor sérvio Gradimir Smudja. Este autor também é conhecido por dar vida a Van Gogh num estilo impressionista, mas a estética diferencia-se do trabalho de Alireza.

É através de sonhos que Alireza visualiza as possíveis ilustrações. “Imagino as ideias mesmo antes de começar a pensar sobre elas; a partir daí aperfeiçoo e estendo o conceito”, explica ao P3. No início, fazia um rascunho do desenho e digitalizava-o para publicar na sua página de Instagram, mas, entretanto, adaptou-se ao mundo da tecnologia e utiliza plataformas digitais para conceber as ilustrações, como o Photoshop.

A parte mais morosa começa antes do trabalho em si, uma vez que o processo de formular ideias lhe leva entre sete a dez dias até estar concluído. É então que o artista começa a pensar “nos detalhes, nas cores, nas luzes, na decoupage, no posicionamento dos diferentes elementos e no tipo de símbolos a colocar”. Terminado o desenho na sua mente, costuma levar um dia a transformar a ideia numa ilustração.

Apesar do fim de vida trágico de Van Gogh, através das suas ilustrações, Alireza quer criar um impacto positivo na sociedade e transmitir uma mensagem de esperança. “Para além de fazer disto um negócio, quero promover uma filosofia e visão: criar sorrisos e trazer alegria às pessoas”, salienta o iraniano. O objectivo, segundo o ilustrador, não é só formar uma marca, mas sim criar um estilo de vida associado à Fancy Van Gogh.

“Acredito que a única forma de chegar às pessoas é por meio da arte. Embora com diferentes níveis de compreensão, é uma linguagem comum que todos podem entender”, comenta o artista. A viver em Lisboa há quase três anos, Alireza também trabalha como designer gráfico e é um dos fundadores da loja online Javali. O ilustrador viu este ano, pela primeira vez, os seus trabalhos sobre Van Gogh expostos no Centro Colombo, em Lisboa.

Texto editado por Amanda Ribeiro

Alireza Karimi Moghaddam
Alireza Karimi Moghaddam
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