EUA têm militares estacionados em Taiwan para treinar forças locais

Segundo o Wall Street Journal , a presença do contingente norte-americano estende-se há pelo menos um ano. Está, alegadamente, a treinar pequenas unidades de forças terrestres taiwanesas, bem como as forças navais.

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Soldados taiwaneses durante um exercício militar em 2019 em Hualien, Taiwan TYRONE SIU/Reuters

O jornal norte-americano Wall Street Journal (WSJ) avançou que os Estados Unidos têm um pequeno contingente militar estacionado em Taiwan, há pelo menos um ano, para treinar forças locais contra uma possível ameaça da China.

O contingente é constituído por cerca de 20 membros das forças especiais e do Corpo de Fuzileiros Navais, de acordo com o WSJ, que citou, na quinta-feira, responsáveis norte-americanos, que pediram o anonimato.

O grupo de operações especiais está alegadamente a treinar pequenas unidades de forças terrestres de Taiwan, enquanto o Corpo de Fuzileiros Navais está a treinar forças navais, indicou.

A presença de forças norte-americanas na ilha, há pelo menos um ano, nunca foi confirmada oficialmente.

A informação do WSJ surge numa altura em que aumenta a tensão na região, na sequência de incursões de aviões chineses no espaço aéreo de Taiwan, que levaram as relações entre Taipé e Pequim a atingir o pior momento em quatro décadas, de acordo com as autoridades da ilha.

Só no espaço de quatro dias, nos primeiros dias de Outubro, a China enviou cerca de 150 aviões militares para o espaço aéreo de Taiwan, numa demonstração de “força”.

Na quarta-feira, o ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, afirmou que a China será “capaz de encenar uma invasão em grande escala” da ilha até 2025.

Taiwan é governada de forma autónoma desde 1949, data em que as forças nacionalistas do Kuomintang ali se refugiaram depois de terem sido derrotados pelas tropas comunistas, que fundaram, no continente, a República Popular da China. Pequim considera a ilha parte da China, a reunificar, se necessário, pela força.

Em 1979, os EUA e a China estabeleceram um acordo mediante o qual Washington reconheceu Pequim como o único Governo chinês, com o entendimento de que Taiwan teria um futuro pacífico.

Os conselheiros de segurança da China e dos Estados Unidos, Yang Jiechi e Jake Sullivan, respectivamente, estiveram reunidos em Zurique (Suíça), na quarta-feira, num encontro durante o qual foi abordada a questão de Taiwan, entre outros temas, de acordo com Washington. Antes do final do ano, o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, deverão reunir-se virtualmente.

Um dia depois, Sullivan disse em declarações à BBC que os EUA estão “muito preocupados” com o aumento das tensões na região. Questionado se estão preparados para agir militarmente para defender Taiwan, o conselheiro de Segurança respondeu que os EUA vão “agir para tentar impedir que esse dia venha a acontecer”.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, por sua vez, emitiu um comunicado exigindo aos EUA para suspenderem a ajuda militar a Taiwan. “A China irá tomar as medidas necessárias para proteger a sua soberania e integridade territorial”, lê-se na declaração.

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