O nome acima do título: antes de Houaiss, Morais

A dicionarística portuguesa tem uma história antiga e rica, e mal estávamos se ela se reduzisse aos 20 anos do Houaiss

Reagindo à minha crónica anterior sobre o dicionário Houaiss, houve quem achasse por bem vir logo dizer que era belíssimo, que o tinham lá por casa, se davam maravilhosamente com ele, que o consultavam frequentemente e por aí fora. Nada de extraordinário. Também o tenho, nas versões antes e após AO90, e também o consulto, cotejando-o sempre com vários outros. O que é preciso dizer, antes de tudo, para refrear euforias, é que a dicionarística portuguesa tem uma história bem antiga e rica, e mal estávamos se ela se reduzisse aos 20 anos que o Houaiss leva. Não se questiona tratar-se de um “monumental dicionário”, compilando até “a mais completa colecção de palavras nossas”, como se lhe referiu o linguista Fernando Venâncio no artigo aqui citado há uma semana. Mas ele também escrevia nesse artigo, dando um lote considerável de exemplos, citando excessos e omissões, que, “enquanto não for mais exigente consigo mesmo, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa deverá ser discreto em apregoar grandezas”.

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