Ginecologista espanhol diagnostica homossexualidade como doença

Incidente ocorreu na segunda-feira em Murcia e motivou queixa ao Governo regional. Hospital vai fazer pedido de desculpa formal à paciente.

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Reuters/MARTON MONUS

Uma mulher espanhola de 19 anos foi ao ginecologista na passada segunda-feira após experienciar complicações com a menstruação. Após ser observada pelo profissional de saúde, recebeu o diagnóstico: a doença apontada pelo médico era a “homossexualidade”.

O caso, passado num hospital público na cidade de Múrcia, foi denunciado por organizações de apoio LGBT, que relembram o facto de a Organização Mundial de Saúde ter removido a homossexualidade da lista de doenças mentais em 1990. Em declarações ao jornal online elDiario.es, a mãe da jovem conta que o ginecologista questionou se podia colocar no relatório médico a orientação sexual da filha. A jovem, pensando na altura que poderia ser um pormenor relevante, consentiu.

O Galactyco, grupo de apoio à comunidade LBTI+ sediado em Cartagena, foi o primeiro a receber a denúncia da jovem após a consulta: a paciente procurava informar-se sobre os passos que poderia tomar para se proteger. Este colectivo enviou já uma queixa ao Governo regional, com a mãe da jovem a formalizar também uma queixa contra o médico que atendeu a filha.

“Ao início pensava que era algo engraçado, mas não o é. Não podem existir médicos assim, temos de erradicar essas atitudes”, afirmou a paciente, citada pelo diário digital.

O grupo Galactyco garante que são muitos os casos de “tratamento vexatório” em instituições de saúde que têm por base a orientação sexual dos pacientes.

O Serviço de Saúde de Múrcia confirma que tomou conhecimento do incidente, adiantando que, à primeira vista, se parece tratar de um erro cometido durante a triagem da paciente. Sem prejuízo para a resolução formal da queixa apresentada contra o médico, este órgão de saúde regional adiantou que o hospital em causa irá formalizar um pedido de desculpas junto da jovem de 19 anos.

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