Bélgica-França: um jogo para limpar a imagem

As duas selecções defrontam-se nas meias-finais da Liga das Nações depois de um Euro 2020 em que ficaram longe das altas expectativas.

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Benzema e Mbappé dão poder de fogo ao ataque da França EPA/ALESSANDRO DI MARCO

Há contas a ajustar no Bélgica-França desta quinta-feira, em Turim (19h45, SPTV1), que vai decidir o outro finalista da Liga das Nações. Não apenas entre as duas equipas, que têm um longo historial de rivalidade potenciada pela proximidade geográfica e afinidades culturais, mas também de cada uma delas com o seu passado recente. Belgas e franceses não deixaram grande imagem no Euro 2020, sobretudo porque as expectativas eram enormes, e esta Liga das Nações é uma oportunidade de redenção para ambos.

A Bélgica tem crescido em estatuto na última década graças a uma super-talentosa geração que inclui jogadores como Eden Hazard, Kevin de Bruyne, Romelu Lukaku, Thibaut Courtois, ou o benfiquista Jan Vertonghen, e, desde 2019, que ocupa o primeiro lugar do ranking da FIFA. O que tem faltado aos “diabos vermelhos” são títulos e o Euro 2020 não foi excepção. Ainda eliminaram a selecção portuguesa nos “oitavos”, mas acabariam por perder na ronda seguinte contra o futuro campeão Itália. E a janela de oportunidade para os talentosos belgas vai sendo cada vez mais pequena.

Para Roberto Martínez, o seleccionador catalão desta Bélgica que tem sido apontado como um dos sucessores de Koeman no Barcelona, a idade das suas maiores estrelas não é um problema. “Considero jogadores de 30 anos no pico das suas carreiras. Temos outros que estão a crescer. O que é importante é que não trabalhamos apenas com uma geração. Usamos uma para preparar a outra”, considera o treinador da Bélgica, que se tem redimido, de alguma forma, da eliminação precoce do Euro com uma qualificação para o Mundial 2022 quase perfeita – cinco vitórias e um empate.

Bem pior está a França, cuja eliminação no Euro 2020 foi bem mais surpreendente – logo nos “oitavos”, frente à Suíça – quando era considerada a grande favorita, algo inevitável para uma equipa campeã mundial em 2018 e que tinha Benzema, Mbappé, Griezmann e outros.

A verdade é que os “bleus” ainda não se reencontraram depois de saltarem fora do Euro, com empates frente à Bósnia e à Ucrânia na qualificação para o Mundial – que não está em perigo, já que os franceses têm 12 pontos, mais sete que Ucrânia e Finlândia.

No centro de todas as discussões está Didier Deschamps, o antigo capitão que tomou conta dos destinos da selecção há nove anos e que conquistou o Mundial de 2018, mas que também perdeu a final do Euro 2016 para Portugal e sofreu o embaraço de perder com os suíços no Verão passado.

Tudo isso já passou, garante Deschamps, que irá reencontrar uma das selecções que eliminou em 2018 no caminho que conduziu ao título mundial: “Ficou tudo para trás. Há um troféu para ganhar e uma meia-final contra uma das melhores equipas do mundo. Queremos esta taça.”

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