Estado Novo e fotografia, um amor sem fim

A intensa e megalómana produção editorial do Estado Novo já merecia um livro assim: que nos identificasse, título a título, o que de mais relevante o regime salazarista deu à estampa. Fotografia Impressa e Propaganda em Portugal no Estado Novo, que acaba de sair, não se fica pela retórica visual nacionalista — convoca também quem ousou dar-lhe resposta.

Foto

Nem pelo princípio, nem pelo fim — a história da fotografia impressa em Portugal começou a fazer-se pelo meio. E não apenas a partir das publicações que tentaram “integrar os portugueses no pensamento moral que deve dirigir a nação”, mas também através daquelas que tentaram contrariar (contornar, afrontar) os principais desígnios propagandísticos do Estado Novo que emergiram da batuta de António Ferro, primeiro director do Secretariado de Propaganda Nacional (mais tarde, SNI), escritor, jornalista, crítico, editor, artífice da “política do espírito” para as artes e letras. Esta escolha pelo “meio” feita pela historiadora de arte Filomena Serra, coordenadora de uma vasta equipa que deu corpo a Fotografia Impressa e Propaganda em Portugal no Estado Novo, que acaba de ser lançado, tem um lado casuístico e outro motivacional. E outro, acrescentamos nós, (talvez) inevitável.

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