Ilha de La Palma registou mais de 40 sismos durante a noite e início da manhã

Os técnicos do Instituto Geográfico Nacional de Espanha referem que a actividade sísmica registada na zona está ligada à erupção vulcânica que se regista há quase 15 dias e descartam a possibilidade de novas erupções em outras áreas da ilha de La Palma. Lava já mais 400 hectares

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Entre o início da noite deste domingo e a manhã desta segunda-feira, o Instituto Geográfico Nacional de Espanha registou mais de 40 sismos na ilha de La Palma, nas Canárias, onde o vulcão Cumbre Vieja está em erupção desde 19 de Setembro.

Na manhã desta segunda-feira registou-se um terramoto de magnitude 3,7 em Fuencaliente, a cerca de 11 quilómetros de profundidade, após uma noite de grande actividade sísmica nas Canárias. Outro sismo de magnitude 3,4, igualmente ao princípio da manhã, foi localizado em Mazo e foi sentido pelos habitantes.

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Entre um terramoto de magnitude 3,7, localizado a sudoeste de Mazo, cerca das 20h15 de domingo, e o último registado às 7h20 desta segunda-feira, o Instituto Geográfico Nacional (IGN) contabilizou 40 tremores de terra ocorridos entre Mazo e Fuencaliente.

Os técnicos do IGN referem que a actividade sísmica registada na zona está ligada à erupção vulcânica que se regista há quase 15 dias e descartam a possibilidade de novas erupções em outras zonas da ilha de La Palma.

Entretanto, o Departamento de Segurança Nacional (DSN) avançou que a lava do vulcão Cumbre Vieja espalhou-se, até ao momento, por mais de 400 hectares. A corrente de lava que tem percorrido a ilha até chegar ao Oceano Atlântico, e que tem feito crescer a linha costeira, já acrescentou cerca de 29,7 hectares a La Palma.

Fluxo de lava intensifica-se 

No domingo à noite, a queda parcial da estrutura das paredes do cone do vulcão uniu as zonas de erupção provocando um caudal maior de lava que alcançou, em determinados pontos, quase um quilómetro de largura. Este desabamento causou algumas explosões, mas as autoridades descartaram a possibilidade de novas evacuações.

Apesar do aumento da actividade, a lava parece estar a seguir uma trajectória semelhante à dos fluxos anteriores, o que significa que não está a afectar áreas que até agora “têm sido poupadas”, disse o presidente regional das Ilhas Canárias, Angel Victor Torres. Por outro lado, as cinzas expelidas pelo vulcão afectam principalmente a zona sul de La Palma, mas é possível que as partículas mais pequenas possam vir a alcançar a ilha de El Hierro. 

“Tivemos de decretar alguns confinamentos por causa da qualidade do ar, mas não planeamos pôr em curso mais evacuações”, disse Torres numa entrevista ao canal RTVE na manhã desta segunda-feira.

Devido à concentração destas cinzas, que deterioram a qualidade do ar, as equipas de emergência e alguns técnicos também foram afastados do local. No domingo registaram-se emissões de 16 mil toneladas de dióxido de enxofre (SO2), de acordo com o Instituto de Vulcanologia das Canárias (Involcan).

A distribuição de electricidade continua a funcionar, assim como as telecomunicações, mas o abastecimento de água potável está condicionado, sobretudo nas zonas de El Paso e de Los Llanos de Aridane.

Torres disse ainda que o vulcão emitiu, em cerca de um quarto do tempo, três vezes mais material do que durante a última grande erupção da ilha, em 1971.

O presidente avançou que o seu governo planeia adquirir cerca de 300 casas para acomodar os moradores que perderam as suas habitações, mas disse que é muito cedo para avaliar os danos totais provocados pela actividade vulcânica. “Ainda estamos no meio disto tudo. Se a lava continuar a brotar nas mesmas quantidades da noite passada, os danos serão muito maiores”, disse Torres.

Cerca de mil prédios foram destruídos desde que a erupção começou e 6 mil pessoas tiveram de ser retiradas das suas casas, principalmente nas cidades de El Paso e Los Llanos de Aridane, dois dos principais centros populacionais da ilha, que concentram 83 mil habitantes.

Numa visita à ilha durante o fim-de-semana, o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, prometeu uma ajuda de 206 milhões de euros para reconstruir edifícios e habitações e insistiu que La Palma é segura para os turistas.

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