Cidadãos Por Lisboa: “A maioria de esquerda tem de pensar no que quer fazer”

Paula Marques, que vai trocar as funções executivas por um lugar na oposição, apela a “convergência” à esquerda, mas diz que o seu movimento político não vai bloquear governação de Moedas. “Isso não traz bem nenhum à cidade.”

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Francisco Romao Pereira

Paula Marques está prestes a deixar de ser vereadora da Habitação em Lisboa, mas diz que é “com muita alegria e determinação” que vai sentar-se na bancada da oposição quando Carlos Moedas tomar posse. A dirigente do movimento Cidadãos Por Lisboa, que concorreu coligado com o PS de Fernando Medina e o Livre de Rui Tavares, garante que não será força de bloqueio ao novo executivo, mas que não deixará cair as propostas com que foi a votos.

“O projecto político da coligação não pode ser alienado”, afirma Paula Marques ao PÚBLICO, depois de uma reunião do movimento ter decidido que os eleitos vão assumir os seus lugares, tanto na câmara como na assembleia municipal. Continuar a construir habitação pública, combater a especulação imobiliária e as alterações climáticas, ter mais creches públicas e aumentar a participação cidadã são “linhas vermelhas”, nas palavras da vereadora, que vão estar na agenda dos Cidadãos Por Lisboa.

“Houve claramente uma parte das pessoas que votou pela mudança, mas há uma maioria de esquerda na câmara, na assembleia municipal e nas assembleias de freguesia”, diz Paula Marques. Que dirige um aviso às bancadas da CDU e do BE: “A maioria de esquerda tem de pensar no que quer fazer. A nossa vontade é que à esquerda haja convergência.”

Isto não significa, no entanto, segundo a vereadora, que a esquerda deva criar uma barreira que impeça a aprovação de qualquer proposta que o novo executivo tente lançar. “Isso não traz nenhum bem à cidade”, afirma.

Nas eleições de há duas semanas, os Cidadãos Por Lisboa conseguiram eleger dois vereadores (João Paulo Saraiva, até aqui titular das Finanças, e Paula Marques) e dois deputados à assembleia municipal (Miguel Graça e Daniela Serralha), assim como representantes em três assembleias de freguesia. Há quatro anos, o movimento, que entretanto se tornou associação política, tinha conseguido eleger sete deputados municipais.

“Não é pelo facto de não termos ganho as eleições que o trabalho político deixa de ser feito. Há um combate a travar pela cidade e eu quero fazê-lo”, garante Paula Marques.

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