SPD e liberais alemães consideram primeiros contactos “construtivos”

A chanceler Angela Merkel lançou um apelo implícito aos partidos políticos alemães para ultrapassarem as divisões após as eleições.

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Os negociadores do SPD, Lars Klingbeil (à dir.), e do FDP, Volker Wissing EPA/CLEMENS BILAN

Os negociadores dos sociais-democratas do SPD e dos liberais do FDP, da Alemanha, classificaram como “construtivos” os primeiros contactos com vista à formação de um Governo de coligação, que deverá incluir também Os Verdes.

Os secretários-gerais dos dois partidos, Lars Klingbeil e Volker Wissing, disseram, citados pela agência EFE, que o desejo é formar “um Governo reformista” que leve a cabo medidas de modernização necessárias.

O SPD, liderado por Olaf Scholz, venceu as eleições parlamentares alemãs de 26 de Setembro, com 25,7% dos votos, enquanto a CDU/CSU (União Social-Cristã, a sua congénere bávara), liderada por Armin Laschet, obteve 24,1% dos votos. Foi o pior resultado eleitoral dos conservadores desde 1949.

As equipas de negociações foram chefiadas pelo candidato a chanceler, Olaf Scholz, do lado do SPD, e pelo líder do FDP, Christian Lindner.

Governo a três

Na sequência das legislativas, provavelmente será necessária uma aliança de três partidos com programas muito diferentes para formar uma maioria, o que suscita receios de instabilidade política.

A opção que é considerada actualmente a mais provável é uma coligação entre o SPD, que conseguiu uma ligeira vantagem nas urnas, os ecologistas e os liberais. 

A força de centro-direita a que a chanceler alemã, Angela Merkel, pertence — a CDU —, tenta paralelamente aliar-se também aos Verdes e aos liberais.

Volker Wissing (FDP) disse este domingo que o partido não irá avaliar as possibilidades de uma ou outra aliança até estarem concluídas as conversações prévias, e recordou que, com o SPD, há diferenças programáticas importantes.

Os negociadores do FDP reuniram-se hoje também com o bloco conservador, enquanto o SPD irá reunir-se com uma delegação dos Verdes, encabeçada pelos copresidentes do partido, Annalea Baerbock e Robert Habeck.

Apelo de Merkel

Angela Merkel lançou um apelo implícito aos partidos políticos alemães para ultrapassarem as divisões após as eleições, quando estão em curso negociações para formar Governo.

“Devemos continuar a construir o nosso país. Podemos discutir a forma como fazer isso no futuro, mas sabemos que temos a solução e que é preciso ouvirmos a opinião uns dos outros e dialogar”, disse Merkel, num discurso para assinalar a reunificação alemã de 1990.

“Temos as nossas diferenças, mas também temos coisas em comum. Devemos estar prontos a conhecer os outros (...) e a ter a capacidade de lidar com as diferenças”, disse a ainda chanceler, acrescentando que “essa é a lição de 31 anos de unidade alemã”.

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