Depois ser condenado, Sarkozy diz que “as pessoas não se deixam enganar por nada”

O antigo Presidente francês foi condenado a um ano de prisão, que poderá cumprir em prisão domiciliária, por financiamento ilegal da sua campanha presidencial em 2012

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Nicolas Sarkozy na sessão de autógrafos do seu novo livro STEPHANE MAHE/Reuters

O ex-Presidente francês Nicolás Sarkozy disse este sábado durante um evento que “as pessoas não se deixam enganar por nada”, dois dias após ser condenado a um ano de prisão por financiamento ilegal da sua campanha presidencial em 2012.

O ex-chefe de Estado francês, que anunciou que vai apelar da decisão do tribunal, esteve presente numa sessão de autógrafos do seu novo livro, Promenades, numa livraria do 16.º bairro de Paris, onde cerca de 200 pessoas o aguardavam, dizendo para “aguentar”, ter “coragem” e que estavam ao seu lado.

“É muito comovente e ao mesmo tempo muito reconfortante ver o estado de espírito do país, sobre o facto de que as pessoas não se deixam enganar por nada (…). Elas entenderam”, declarou Sarkozy diante das televisões e fotógrafos.

Esta foi a sua primeira declaração pública desde sua condenação. Numa mensagem nas redes sociais, na quinta-feira, Sarkozy denunciou “a injustiça” cometida e prometeu ir “até ao fim” para “continuar a luta tão necessária pela verdade e pela justiça”.

Sarkozy demonstrou-se feliz pela “amizade” e “apreço a título pessoal” manifestado, na quinta-feira, pelo actual primeiro-ministro francês, Jean Castex.

“Deixa-me muito feliz, não me surpreende nele, sou muito sensível a isso, tenho recebido milhares e milhares” de mensagens de apoio, declarou.

Questionado por um jornalista se havia recebido algum apoio do Presidente francês, Emmanuel Macron, Sarkozy disse: “Pergunte-lhe a ele, não cabe a mim dizer”.

Nicolas Sarkozy foi condenado, na quinta-feira, a um ano de prisão – que poderá cumprir em prisão domiciliária com pulseira electrónica –, sendo que ainda poderá recorrer da sentença.

Sarkozy foi condenado por ter gasto quase o dobro do valor máximo legal (22,5 milhões de euros) na candidatura à reeleição em 2012, que perdeu para o socialista François Hollande.

A nova condenação surge sete meses depois de Sarkozy ter sido sentenciado, em primeira instância, a três anos de prisão, um dos quais efectivo em prisão domiciliária, por corrupção e tráfico de influências, estando, no entanto, em liberdade até decisão do recurso interposto.

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