Crédito em moratória com pequena queda em Agosto para 36,3 mil milhões

Medida que permitiu suspender total ou parcialmente o pagamento de empréstimos de empresas e particulares chega ao fim.

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Antonio Bronic

Em Agosto, o volume de crédito em moratória diminuiu 500 milhões de euros, para 36,3 mil milhões de euros, com redução transversal a todos os sectores de actividade. A actualização mensal destes dados, por parte do Banco de Portugal (BdP), coincide com a data, 30 de Setembro, a que chega ao fim a medida que permitiu suspender total ou parcialmente o pagamento de empréstimos de empresas e particulares.

Na prática, vão deixar de estar na moratória cerca de 36 mil milhões de euros, uma vez que, as entidades financeiras e o Governo têm referido que são residuais os créditos em moratória que seguem até Dezembro, período complementar dado a quem aderiu mais tarde, até final de Março de 2021.

A partir de agora, famílias e empresas têm de retomar os pagamentos regulares de capital e juros, a menos que negoceiem outras soluções com os respectivos bancos, nomeadamente novos períodos de carência de capital. Cerca de um terço das empresas podem ainda recorrer a uma solução de garantia pública, um processo que, como o PÚBLICO notícia esta quinta-feira, pode ter outras implicações negativas.

De acordo com os dados divulgados pelo BdP, os empréstimos das sociedades não financeiras em moratória totalizavam 21,5 mil milhões de euros, tendo-se verificado uma redução transversal a todos os sectores de actividade, embora se destaque um decréscimo de 100 milhões de euros nas indústrias transformadoras.

Nos sectores mais vulneráveis, os únicos que podem recorrer a garantia pública, existiam em Agosto 23,5 mil empresas abrangidas por moratórias, a que correspondia 8,3 mil milhões de euros.

Os particulares tinham no final de Agosto 14,1 mil milhões de euros em moratória, dos quais 12,8 mil milhões de euros correspondiam a empréstimos à habitação. Face a valor de Julho, verificou-se uma redução de 100 milhões de euros. 

O número de particulares a retomar o pagamento dos seus créditos já em Outubro ascende a cerca de 236 mil e essa alteração acontece depois da sua suspensão durante 18 meses (ou um pouco menos, conforme a data de adesão).

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