Produtora Joana Vicente assume presidência do Sundance Institute a 1 de Novembro

Em Nova Iorque, onde vive há cerca de 30 anos, fundou com Jason Kliot a Open City Films e a HDnet Films, empresas com as quais o assinou cerca de quarenta produções cinematográficas independentes para realizadores como Brian de Palma, Alex Gibney, Steven Soderbergh, Hal Hartley, Todd Solondz e Jim Jarmusch.

Foto
Joana Vicente desempenhava as funções de directora executiva do Festival Internacional de Cinema de Toronto desde Novembro de 2018 Sundance Institute

A produtora portuguesa Joana Vicente, anunciada esta quarta-feira como a nova presidente executiva do Sundance Institute, assume funções a 1 de Novembro, anunciou o Conselho de Curadores. Joana Vicente desempenha as funções de directora executiva do Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF, na sigla em inglês), desde Novembro de 2018, deixando o cargo a 31 de Outubro.

A nomeação de Joana Vicente acontece na sequência da demissão da anterior presidente do Instituto Sundance, Keri Putnam, que renunciou ao cargo no passado mês de Março, depois de ter liderado o festival de cinema durante dez anos.

“Temos o prazer de anunciar que a nova CEO do Instituto será Joana Vicente, uma veterana dos meios independentes, uma produtora de sucesso e acérrima defensora dos artistas”, lê-se no comunicado assinado pelos responsáveis máximos do Conselho de Curadores do Instituto Sundance, que organiza anualmente o festival internacional de cinema, referência da produção independente, nos Estados Unidos e a nível internacional.

O Conselho de Curadores recordou o trabalho recente de Joana Vicente como directora executiva do TIFF e, nos dez anos anteriores, como directora do Independent Filmmaker Project, a mais antiga e maior organização de cineastas independentes dos Estados Unidos. Vicente “conhece em primeira mão o verdadeiro compromisso que Sundance tem com os criadores independentes”.

Nascida em Macau, estudou Filosofia em Lisboa, foi assistente de Maria de Lurdes Pintassilgo no Parlamento Europeu e trabalhou nas Nações Unidas até se decidir pela produção de cinema nos EUA, em parceria com o marido, o produtor Jason Kliot. Ainda antes de atravessar o Atlântico, foi assistente de produção de António Pedro Vasconcelos e Paulo Branco, e teve uma breve participação como actriz no filme A Cidade Branca, de Alain Tanner.

Em Nova Iorque, onde vive há cerca de 30 anos, fundou com Jason Kliot a Open City Films e a HDnet Films, empresas com as quais o assinou cerca de quarenta produções cinematográficas independentes para realizadores como Brian de Palma, Alex Gibney, Steven Soderbergh, Hal Hartley, Todd Solondz e Jim Jarmusch.

Em entrevista à Lusa, em Janeiro de 2019, afirmou: “O que eu acho interessante é que as diferenças entre o que é produto de televisão e cinema começam a desaparecer um bocadinho. (...) Há uma maneira mais fluida de fazer bons conteúdos, seja para sala de cinema ou para plataforma digital. Mas ao mesmo tempo é um desafio, [perceber] como continuamos a ser relevantes e a dar razões para as pessoas irem à Lightbox e terem essa experiência mais imersiva”.

Para a produtora e programadora portuguesa, o desafio da indústria do cinema é afinar o formato ideal, o tempo ideal para contar uma boa história aos espectadores.

Sugerir correcção
Comentar