Era uma vez um casamento na fronteira Canadá/EUA (ou como uma noiva ludibriou a covid-19)

Com os países fechados, uma noiva canadiana nos EUA levou o casamento para a fronteira entre os dois países para que a família pudesse estar presente — mesmo que noutro país.

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Brian Ray e Karen Mahoney começaram a namorar antes da pandemia DR

Há 36 anos, Brian Ray e Karen Mahoney conheceram-se: ele era um professor de esqui, ela, uma aprendiza. No entanto, a vida trocou-lhes as voltas e cada um seguiu o seu caminho, casou-se e teve dois filhos. Ainda assim, mantiveram a amizade e foi Brian que ensinou os rapazes de Karen a esquiar, há uma década.

Até que ambos se divorciaram e viram os seus destinos voltarem a cruzar-se. Tudo por causa do Facebook e de um automóvel: Karen publicou a intenção de vender um carro que Ray sabia que ela adorava, e não resistiu a meter conversa, numa altura em que o novo coronavírus começava a espalhar-se pelo mundo.

O namoro durou um ano. Em Março passado, Ray pediu Karen em casamento no cume de uma montanha de Vermont. E o casal, conforme explicou à WPTZ, canal televisivo afiliado à NBC e citado pela CNN, achou que já tinha esperado demasiado tempo, decidindo não adiar a união mesmo que fosse praticamente impossível para a família de Karen viajar do Canadá para os EUA, devido às restrições impostas para controlar a pandemia de covid-19.

No entanto, a presença dos pais e da avó, de 96 anos, era algo de que Karen não queria prescindir. E a solução depressa se desenhou na sua cabeça ao jeito de “se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha”.

Assim, a noiva começou a elaborar o plano para realizar o casamento junto à fronteira com o Canadá, numa zona de prado verde, em que a única coisa que divide os dois países são as tabuletas a indicar cada território. A ajudá-la teve um amigo que trabalha para a guarda fronteiriça, mas nenhuma lei foi infringida, salvaguardou Karen Mahoney: cada qual ficou no seu país e não foram efectuadas quaisquer trocas.

O casamento aconteceu numa área fronteiriça pertencente ao estado de Nova Iorque, na última sexta-feira, na véspera da cerimónia oficial que ocorreu na residência de ambos. Do lado canadiano, estava a família de Karen a assistir e a dar a sua bênção, que não deixou o noivo insensível: “Chorei”, confessou Ray. “Foi bom para mim, porque sabia o quanto significava para a Karen ter aqui os seus pais e a sua avó e ver-nos a trocar votos.”

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